Especialistas dizem que ausência de medidas de vigilância por parte dos EUA pode agravar a disseminação de fake newsReprodução
Manipulação de IA com desinformação
De acordo com o relatório da NewsGuard, "enormes quantidades de propaganda russa — 3,6 milhões de artigos apenas em 2024 — estão sendo incorporadas nos sistemas de IA ocidentais, contaminando suas respostas com informações falsas".
Ameaça ao discurso democrático
"À medida que as operações de influência russa se tornam mais sofisticadas, representam uma ameaça direta ao discurso democrático global", afirmou Nina Jankowicz, diretora-executiva do grupo. Segundo ela, a escala dessa disseminação de desinformação é inédita e, ao atingir os sistemas de IA, torna-se ainda mais perigosa.
Especialistas apontam que a ausência de medidas de vigilância por parte dos Estados Unidos pode agravar o problema. Relatos recentes da mídia americana indicam que o secretário de Defesa, Pete Hegseth, suspendeu operações cibernéticas contra a Rússia, incluindo ações ofensivas planejadas. Essa pausa ocorre enquanto o presidente Donald Trump conduz negociações para encerrar a guerra na Ucrânia.
Expansão da rede Pravda
No estudo da NewsGuard, os chatbots analisados repetiram informações falsas da Pravda. Sete deles citaram diretamente artigos da rede como fonte. Um dos exemplos analisados envolveu a falsa alegação de que Zelensky teria proibido a rede social Truth Social, do ex-presidente Trump. Seis chatbots responderam como se essa narrativa fosse verdadeira, citando conteúdos da Pravda.
Os chatbots também propagaram desinformação promovida por John Mark Dougan, ex-oficial da Marinha dos EUA refugiado na Rússia e dono de uma rede de sites de propaganda pró-Kremlin. Em janeiro, durante uma conferência em Moscou, Dougan afirmou: "Ao promover essas narrativas a partir da perspectiva russa, podemos realmente mudar a IA global. Não é uma ferramenta para temer, é uma ferramenta para aproveitar".
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