Manifestantes protestam desde a detenção do prefeito de IstambulAFP
Imamoglu, de 53 anos, foi transferido para a prisão de Silivri, a oeste de Istambul, junto com vários coacusados, informaram seu partido e meios de comunicação turcos.
O prefeito, que denunciou desde o início acusações "imorais e sem fundamento" contra ele, também foi suspenso de suas funções neste domingo, anunciaram as autoridades.
"O atual processo judicial (...) é uma execução sem julgamento", afirmou Imamoglu em mensagem difundida por seus advogados, na qual instou o país "a lutar".
Na manhã deste domingo, um juiz ordenou a prisão do prefeito por "corrupção", embora tenha rejeitado uma ordem de prisão por "terrorismo".
O Partido Republicano do Povo (CHP, social-democratas), principal força de oposição, ao qual pertence Imamoglu, qualificou a prisão como um "golpe de Estado político".
Seus advogados anunciaram que vão recorrer da decisão do tribunal.

Milhões de pessoas votam nas primárias
"Ekrem Imamoglu está a caminho da prisão, mas também da Presidência", declarou o líder do CHP, Özgur Özel.
Neste domingo, seu partido realizou primárias nas quais estava previsto que o prefeito de Istambul fosse nomeado candidato às eleições presidenciais de 2028.
O CHP chamou todos a participarem, não apenas seus membros. Segundo a Prefeitura de Istambul, 15 milhões de pessoas participaram das primárias e mais de 13 milhões deram seu apoio a Imamoglu.
"Viemos apoiar nosso prefeito. Continuaremos com ele", disse à AFP Kadriye Sevim, uma participante destas primárias, durante as quais viu multidões de eleitores chegarem a algumas seções eleitorais.
Além disso, o CHP voltou a convocar para a noite deste domingo manifestações em Istambul pelo quinto dia consecutivo. Para evitar distúrbios, o governo municipal estendeu a proibição de reuniões até a noite de quarta-feira.
E também anunciou restrições para pessoas que possam participar das manifestações entrarem na cidade, sem informar como implementaria a medida.
Na quarta-feira, a detenção de Imamoglu provocou protestos maciços, que se estenderam a pelo menos 55 das 81 províncias turcas.
A onda de contestação é inédita desde as grandes manifestações, iniciadas no parque Gezi de Istambul, e que sacudiram o país em 2013.
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