Bruna Ferreira vive nos Estados Unidos desde criançaInstagram/Reprodução
Justiça dos EUA libera sob fiança brasileira ligada à porta-voz da Casa Branca
Bruna Ferreira divide a guarda de um filho de 11 anos com seu ex-noivo Michael, irmão de Karoline Leavitt
Uma juíza de imigração dos Estados Unidos ordenou nesta segunda-feira, 8, a libertação de Bruna Ferreira, brasileira que tem laços familiares com a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, de um centro de detenção do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês). A juíza Cynthia Goodman concedeu liberdade a Bruna mediante o pagamento de uma fiança de US$ 1.500, enquanto ela continua a lutar contra sua possível deportação.
Bruna, de 33 anos, residente de longa data em Massachusetts, divide a guarda de um filho de 11 anos com seu ex-noivo Michael, irmão de Karoline Leavitt. Ela dirigia para buscar o filho em New Hampshire quando foi presa por agentes do ICE em Revere, Massachusetts, em 12 de novembro. Ferreira foi posteriormente transferida para o centro de detenção na Louisiana, de onde a juíza ordenou sua libertação mediante o pagamento da fiança.
"Argumentamos que ela não representava perigo nem risco de fuga", disse o advogado de Bruna, Todd Pomerleau, em uma mensagem de texto. "O governo concordou com nosso argumento e em nenhum momento alegou que ela era uma imigrante ilegal criminosa, renunciando ao direito de apelação."
O Departamento de Segurança Interna havia anteriormente classificado Ferreira como uma "imigrante ilegal criminosa" e afirmou que ela havia sido presa por agressão, alegação negada por seu advogado.
Nem o departamento nem a secretária de imprensa da Casa Branca responderam aos pedidos de comentários da reportagem. Anteriormente, a Casa Branca havia divulgado uma declaração dizendo que Bruna não falava com Karoline há anos e que ela nunca havia morado com o seu filho — Bruna nega essa versão.
Pomerleau disse que sua cliente foi para os Estados Unidos ainda criança e posteriormente se inscreveu no programa Ação Diferida para Chegadas na Infância (Daca, na sigla em inglês), a política da era Obama que protege imigrantes levados para os EUA quando crianças. O advogado disse que ela estava em processo de solicitação de um green card.
Karoline Leavitt cresceu em New Hampshire e concorreu, sem sucesso, a uma vaga no Congresso pelo estado em 2022, antes de se tornar porta-voz de Trump em sua campanha de 2024 e, posteriormente, juntar-se a ele na Casa Branca.
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