Enquanto a solução não vem os passageiros seguem esperando os ônibus.Divulgação

A Prefeitura da cidade de Niterói informou que faz um estudo de viabilidade de reequilíbrio financeiro dos transportes coletivos para encontrar as medidas de enfrentamento do contexto de grave crise dos transportes que vem atingindo as cidades brasileiras decorrentes da alta no preço do petróleo, redução da demanda por conta da pandemia e falta de novos coletivos para adquirir junto aos fabricantes.
Segundo o Executivo, o estudo vai avaliar todos os desequilíbrios de contrato que surgiram nos últimos cinco anos, incluindo a pandemia. "É importante ressaltar que a prefeitura tem realizado todos os esforços possíveis para não repassar a consequência da escalada de preços dos combustíveis e insumos durante esse período para a tarifa do usuário, que será considerado no estudo de reequilíbrio financeiro. A frota do município é composta por 550 ônibus, todos com ar condicionado", disse a Secretaria Municipal de Urbanismo e Mobilidade no texto.
No início do ano, o Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac), enviou ofício à Prefeitura de Niterói pedindo para participar da formulação do estudo de equilíbrio econômico-financeiro e da sustentabilidade dos contratos de concessão do serviço público do transporte coletivo por ônibus na cidade.
Os trabalhadores querem que o estudo inclua os reajustes anuais dos rodoviários, cuja data-base é 1º de novembro, e evite as perdas salariais da categoria, que foram de 4,52%, em 2020, e 4,06%, em 2021, no auge da crise da pandemia do coronavírus.

“Os rodoviários, que já tiveram perdas salariais consideráveis ao longo da pandemia, definiram que as negociações salariais com os patrões terão por base o IPCA acumulado nos últimos 12 meses antes da data-base, recompondo assim as perdas dos trabalhadores, mais um percentual de aumento real”, explicou o presidente do Sintronac, Rubens dos Santos Oliveira.
Precariedade do transporte público
Depois de insistentes relatos de passageiros com o problema da escassez dos coletivos da Zona Norte de Niterói, no início da semana, o vereador Renato Cariello, protocolou, na Câmara Municipal de Niterói, um requerimento de informações à Subsecretaria Municipal de Transportes, com objetivo de entender o que se passa com a concessionária responsável pelas empresas que operam as linhas nos bairros do Barreto e Engenhoca (TransNit) e solicitar explicações acerca do serviço que, segundo os passageiros, é precário.

“É inaceitável que a população sofra com o serviço precário ofertado pelas empresas de ônibus. Estou acompanhando a situação de perto e já protocolei um requerimento para cobrar explicações do consórcio responsável pela Auto Ônibus Brasília e Viação Barreto, pois tem afetado a vida dos moradores da Zona Norte de Niterói que necessitam do transporte público”, enfatizou Cariello.
De acordo com os relatos de passageiros, o problema da escassez de coletivos se repete diariamente e nos fins de semana, a situação fica ainda pior.

“Sou moradora do Barreto e tínhamos duas linhas, a 42 e 66. As empresas, sem qualquer comunicação, reduziram a frota. Passamos horas esperando um ônibus. Outro ponto é o estado destes veículos, muitos estão circulando de forma precária”, reclamou Ana Paula Teixeira.
A Secretaria Municipal de Urbanismo e Mobilidade informou que tem adotado todos os esforços para manter o funcionamento, a qualidade do serviço e evitar a retirada de ônibus de circulação, inclui-se o congelamento da tarifa por três anos, entre 2019 e 2022, que evitou repassar os custos para os usuários.


A Subsecretaria de Trânsito e Transportes informou ainda que realiza um trabalho rotineiro de fiscalização nas linhas, junto aos Consórcios, e, quando constatada alguma irregularidade, atua com notificação, multa ou recolhimento do veículo para garagem.
Procuradas por dois dias, a Expresso Barreto e a Auto Ônibus Brasília não atenderam as ligações e nem responderam os e-mails.