As guardas Raiane Rodrigues e Dayana Graciano destacam a importância do treinamento especial.Divulgação Ascom PMN

No Dia Internacional da Mulher, A.A., de 27 anos, moradora da Zona Norte de Niterói, pediu ajuda para se livrar de maus tratos e agressões que já sofria há anos do seu parceiro. Ela procurou a sede da Coordenadoria Ambiental da Guarda Municipal de Niterói, no Horto do Fonseca. No plantão do dia, duas guardas municipais femininas, que já tinham passado pelo Treinamento Lilás – uma capacitação especial da Coordenadoria de Políticas e Direitos das Mulheres (Codim) da Prefeitura – deram todo o encaminhamento para que a vítima fosse acolhida junto com o filho, menor de idade.

As guardas Raiane Rodrigues, que está há cinco meses na corporação, e Dayana Graciano, com seis anos de GM, destacam a importância do treinamento especial para o atendimento desse tipo de demanda. Elas fazem parte do grupo de mais de 600 agentes da Guarda Municipal de Niterói, femininos e masculinos, que já participaram do Treinamento Lilás, uma capacitação no atendimento humanizado às mulheres vítimas de violência.
O treinamento também foi levado aos motoristas de ônibus, que receberam treinamento para reconhecer e ajudar no combate à importunação sexual nos coletivos, além dos agentes da Defesa Civil e da NitTrans, entre outros órgãos.

“Foi muito simbólico porque aconteceu justamente no Dia da Mulher. É importante para lembrar a sociedade o quanto que ainda temos que lutar para garantirmos nossos direitos e sermos respeitadas. Foi um atendimento intenso, pois ela estava numa situação bastante vulnerável e fizemos todo o primeiro acolhimento, conversamos e acalmamos até conseguirmos convencê-la a ir conosco para o Centro Especializado de Atendimento à Mulher Neuza Santos (Ceam). Nós tivemos que ser fortes para mostrar que ela tinha direito a esse cuidado”, relatou a guarda municipal Raiane.

A capacitação se tornou tão importante nesta área, que o tema ‘Mecanismos de Proteção à Mulher em Situação de Violência’ se tornou disciplina e parte da grade curricular do curso da Guarda Municipal de Niterói. O treinamento pela qual os Guardas passam inclui ainda, temas como: o papel social da mulher, direitos e políticas públicas e estatísticas de violência contra a mulher, além de outros temas como mecanismos de proteção e desigualdade de gênero.

Mesmo com seis anos de Guarda, Dayana Graciano não havia passado por situação semelhante. Ela conta que participar de capacitação e saber de leis que protejam as mulheres faz diferença num momento de uma ocorrência como esta.

“Eu já tinha feito atendimentos na rua com mulheres que haviam sido agredidas naquele momento, mas desta vez foi diferente e ela pediu ajuda para se livrar de uma situação recorrente de violência e felizmente conseguimos ajudá-la e agora vamos torcer para se recupere e seja feliz”, disse Dayana.

A Guarda Municipal orienta que as mulheres podem fazer denúncias ou pedir auxílio para a Polícia ou pelos telefones 180 (Central de Atendimento à Mulher) e 153 (Centro Integrado de Segurança Pública).

Sinal de X para pedir ajuda – O coordenador da Coordenadoria Ambiental da Guarda Municipal, Renato Macedo, que orientou a ação das agentes, lembra que toda mulher, independentemente de classe, cor ou idade podem ser vítimas de violência e que existe para mais uma forma de pedir ajuda: a marcação do “X” vermelho na palma da mão.

“Nós já temos uma Guarda muito bem treinada, independentemente de ser um agente feminino ou masculino e, neste caso, que envolve uma criança o cuidado deve ser redobrado. Por isso é importante trabalharmos com capacitação para que todos conduzam a ação de forma humanizada, dando o encaminhamento correto como essas agentes fizeram”, pontuou Renato Macedo

Atendimentos e como denunciar - Entre os programas da Codim se destaca o Centro Especializado de Atendimento à Mulher Neuza Santos (Ceam). A unidade atende mulheres vítimas de diversas formas de violências como psicológica, física, moral, sexual e econômica. O Ceam oferece orientação jurídica, apoio psicológico, assistência social, arteterapia, yoga, orientação nutricional, espaço kids, aula de percussão, entre outras atividades. O acolhimento funciona na Rua Cônsul Francisco Cruz, 49, Centro de Niterói, de segunda à sexta das 9h às 17h. Telefones: 21 96992-6557 / 21 2719-3047 (whatsapp).