As demandas surgem a partir das próprias conversas dos cinco alunos que participam do projeto.Divulgação

Os pacientes da Associação Fluminense de Amparo aos Cegos (Afac), desde o início do mês, participam do projeto inclusivo “Perceber Sem Ver”, proposta desenvolvida pelo Instituto de Psicologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), que consiste em rodas de conversas e experimentações corporais. O objetivo é dar o máximo de autonomia e emancipação à pessoa com deficiência.
A iniciativa faz parte de um convênio de estágio firmado entre a Afac e a UFF, permitindo que a troca de experiências entre as instituições se volte para o processo de reabilitação dos cegos e das pessoas com baixa visão. Neste primeiro momento, cinco alunos estão participando do projeto. As demandas surgem a partir das próprias conversas, sendo comuns questões relativas ao equilíbrio corporal, às sensorialidades e a necessidade de atividades em conjunto fora da instituição.
A professora, Márcia Moraes, que é coordenadora do Laboratório PesquisarCOM da UFF disse que a direção do projeto é a experimentação corporal. "Isto é importante porque gera uma coparticipação deles. O resultado é transformador, pois é emancipatório. O trabalho é com a pessoa, e não sobre a deficiência dela. Tentamos desfazer a narrativa da deficiência como tragédia pessoal”, explicou Moraes, que é a responsável pelo “Perceber Sem Ver”.
O convênio entre a UFF e a Afac faz parte de uma parceria iniciada em 2016. O estágio é obrigatório e tem duração de até dois anos. Responsável técnica da associação, Joana Merat acredita que iniciativas inclusivas sempre são bem-vindas, ainda mais vindas de instituições como a UFF. “A UFF tem um nível de excelência indiscutível, e nós na Afac também temos muito a ensinar na reabilitação. Juntamos forças para ampliar conhecimento em prol da pessoa com deficiência”, disse.