O coordenador de Trabalho e Renda de Niterói, Brizola Neto, disse que vai elaborar parcerias para preparar o setor.Divulgação Ascom PMN - Foto: Luciana Carneiro
“Temos uma realidade hoje batendo na nossa porta por conta das ações e investimentos feitos pela Prefeitura. Temos um olhar para o setor pesqueiro inédito na cidade. O terminal já é considerado do município. Este encontro foi para elaborarmos em conjunto o que pode ser feito e quais as necessidades de armadores para que o poder público atue com foco nessas demandas que ajude o segmento a alavancar a economia. Queremos ser protagonistas dessa retomada”, explicou Igor Baldez.
Os representantes do município confirmaram para os armadores de pesca que a Prefeitura vai investir R$ 140 milhões na dragagem do Canal de São Lourenço e mais cerca de R$ 24 milhões para a cessão do terreno por parte da Companhia Docas, que será anexado ao prédio do Terminal Pesqueiro. O terminal chegou a ser inaugurado há cerca de 20 anos pelo governo federal, mas nunca entrou em funcionamento. A reforma e ampliação do terminal estão nos planos da Prefeitura através de Parceria Público- Privada (PPP).
O coordenador de Trabalho e Renda de Niterói, Brizola Neto, lembrou que, em 2014, a Frente Marítima com base em offshore e o setor pesqueiro chegaram a empregar cerca de 40 mil pessoas. Hoje, o setor naval emprega pouco mais de seis mil pessoas. Brizola Neto reforça que o incentivo aos segmentos pode proporcionar cerca de 30 mil empregos diretos de alta remuneração e qualificação.
“Chegamos para tratar de duas ações. A Prefeitura de Niterói saiu na frente com a questão da dragagem e está abrindo esse espaço para viabilizar o funcionamento do Terminal Pesqueiro com reforma e ampliação. É importante entender que, além desses investimentos e infraestrutura, é preciso avançar no pacote de estímulos", disse o coordenador.
Otimismo do setor – O presidente da Saperj, José Inácio Figueiredo do Couto, explicou que essa união é de extrema importância porque o setor vive e luta com muita dificuldade e falta de estrutura desde 1992, quando acabou o Mercado da Praça XV, no Rio, que era um local de comercialização e desembarque do pescado.
“Ali foi o começo de nosso desespero. Por falta de local para atracagem, o setor de pesca foi perdendo empregos e espaço para o setor de offshore. Não temos como competir e ainda perdemos material humano. É muito reconfortante quando aparece uma situação do governo abrir uma luz no fim do túnel. A liderança de Niterói vai beneficiar todo o estado”, afirmou José Inácio Figueiredo do Couto.
Francisco Ramos, armador e encarregado há 25 anos, explicou que investimento na infraestrutura é fundamental. “É um passo importante a parte de embarcações novas e mais seguras. Mas também precisamos resolver a questão do gargalo de escoamento de produção. Um incentivo para a volta das indústrias de pesca vai ser benéfico para a população. Houve uma mudança no perfil do consumidor, que procura mais o pescado tratado”, acrescentou Francisco Ramos.
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