Mario Dias foi repórter de jornal impresso, radialista, produtor e apresentador de TV, escritor, cerimonialista e assessor de imprensa de prefeitos.Divulgação

A Prefeitura de Niterói vai homenagear o jornalista Mário Dias com o nome de uma rua em Icaraí, na Zona Sul da cidade, entre a Rua Castilho França e a Miguel de Frias, na Praça José Bedran, no domingo (18/6), às 11h. O decreto foi assinado pelo prefeito de Niterói, Axel Grael, com o nome de Rua Mário Dias.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro (Sjperj), emitiu nota e lembrou que Mário Dias foi diretor da entidade e agradeceu a iniciativa do prefeito Axel Grael e do vice-prefeito Paulo Bagueira e dos jornalistas Leonardo Caldeira, coordenador de Comunicação da Prefeitura de Niterói e Vinicius Martins, chefe de Gabinete do vice –prefeito.
"Após a inauguração da placa, os amigos do jornalista de Mário Dias se encontrarão no Boteco Boa Praça, ali mesmo na praça", informou o Sindicato.
Sobre Mario Dias
Jornalista, produtor, radialista e escritor gonçalense Mário Dias faleceu no início da tarde de quarta-feira (24/3/2021), aos 78 anos, na Casa de Saúde Santa Martha, em Niterói, depois de não resistir a uma cirurgia para a retirada de um tumor no intestino. Natural de São Gonçalo, Mário Dias se firmou na profissão na antiga capital fluminense, onde atuou em diferentes jornais como O Fluminense e A Tribuna.
Mas foi em O DIA que viveu seu maior momento na imprensa. Era o principal repórter de polícia da sucursal em Niterói, dirigida por Ruy Santa Cruz e Abel Pereira, quando cobriu em 1966 o famoso caso das máscaras de chumbo, sendo o primeiro a dar a notícia e o único a ter acesso aos corpos no local. Em seguida, trabalhou na velha sede da Rua do Riachuelo e cobriu outros casos de repercussão do noticiário policial, a maioria reunidos no seu livro Malditos Repórteres de Polícia.
O jornalista recontou esta história em dois episódios do programa Linha Direta, da Globo. Também escreveu CTI - Antessala da Morte, no qual faz uma profunda reflexão existencial após sobreviver a um enfarto. Por conta de sua vasta experiência como jornalista investigativo e repórter policial, foi convidado a integrar a coletânea 50 anos de crime, organizada pelo jornalista Fernando Molica, e mais recentemente a obra Estranha Colheita, de Carlos Alberto Machado.
Sua extensa carreira é marcada pela versatilidade: o profissional trabalhou também na redação do jornal Luta Democrática e foi produtor da extinta TV Manchete e TV Globo, além de apresentar, produzir e dirigir por mais de 10 anos o programa Casa da Gente, exibido no canal 30 da NET e na web. Teve ainda passagem pelo cinema, como personagem principal do premiado documentário Efeito Casemiro, dirigido por Clarice Saliby. Por 18 anos, esteve à frente da Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Niterói, durante as gestões dos prefeitos Jorge Roberto Silveira (três mandatos), João Sampaio e Godofredo Pinto.
Como produtor cultural, Mario Dias produziu e apresentou shows de grandes nomes do samba e da MPB como Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Alcione, Jovelina Pérola Negra, Dudu Nobre e Arlindo Cruz, entre outros. Nos anos 2000, foi também produtor e assessor de imprensa das duas edições da Micareta do Rio, realizadas no Autódromo e na Praia da Barra da Tijuca. Além disso, é um dos fundadores do Bloco das Piranhas, em Niterói, e liderou durante mais de 15 anos a Festa da Virada, no réveillon da Praia de Icaraí, além de ser o locutor oficial de diversas atividades culturais na cidade de Niterói.
Apaixonado pelo samba, aliás defendeu a Acadêmicos do Cubango, sua agremiação de coração, desde 1959, quando a escola foi fundada, sendo um dos componentes mais antigos ainda a desfilar na escola e integrou o Conselho Soberano da escola.
Como sambista, produtor e jornalista no carnaval de Niterói, virou enredo do bloco Segundo Clichê, formado por colegas jornalistas, e da escola de samba Fora de Casa. Por mais de 40 anos, participou da cobertura dos desfiles das escolas de Samba do Rio de Janeiro para rádios e TVs. Atualmente, era um dos editores do Jornal Casa da Gente, fundado por ele, ao lado da filha caçula.