Congresso Brasileiro de Trilhas: abertura contou com a presença do prefeito Axel GraelBruno Eduardo Alves/Ascom
O encontro, que reúne por volta de três mil pessoas, tem a participação de organizações e movimentos sociais que atuam na preservação ambiental, ou que tenham iniciativas de turismo de base comunitária. Também estão reunidos por lá profissionais ligados às instituições de ensino e pesquisa, todos debatendo propostas de uma gestão sustentável de trilhas com incentivo ao ecoturismo como forma de preservação. A intenção é implementar as trilhas de longo curso de maneira ecologicamente sustentável e benéfica para a biodiversidade, sobretudo em relação às espécies ameaçadas de extinção.
“Comecei minha militância ambientalista no final da década de 70, aqui em Niterói, uma cidade que sempre teve um movimento ambientalista bastante ativo. Essa é uma cidade que fez a opção pela sustentabilidade. Temos 56% do nosso território protegido por unidades de conservação que estamos tratando com seriedade. Nós ainda vivemos aquela dicotomia como se fosse desenvolvimento para um lado e conservação para o outro, o que é um grande erro. Eu acho que a gente tem que trabalhar para reverter isso. Tenho participado de muitas conferências de meio ambiente. Temos uma grande responsabilidade de proteger o que temos e o Brasil está nesse cenário. Temos que ter mais pessoas frequentando parques para preservarmos o nosso patrimônio natural. Niterói tem o maior investimento do País em soluções de sustentabilidade como o Parque Orla", afirmou o prefeito Axel Grael.
O congresso tem representantes dos seguintes estados brasileiros: Acre, Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins.
Niterói foi um dos primeiros municípios do país a integrar a Rede Brasileira de Trilhas. Há uma trilha de longo curso que perpassa grande parte da cidade: a Rota Charles Darwin, criada em 2018, e que vai até Maricá, ao longo de 28km. A Rota Charles Darwin é uma experiência que refaz parte do caminho realizado pelo naturalista britânico Charles Darwin em sua passagem pelo Brasil no Século XIX, além de buscar integrar a beleza natural da cidade ao percurso, conectando unidades de conservação (PARNIT e PESET) e atrativos de grande relevância (MAC, Caminho Niemeyer, Ilha da Boa Viagem, entre outros).
O evento é organizado pela Associação Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso, pela Prefeitura Municipal de Niterói e pela a Empresa de Lazer e Turismo (Neltur). Durante a abertura também aconteceu o 1º Seminário Técnico Científico da Rede Brasileira de Trilha. A programação pode ser acompanhada através do site https://www.even3.com.br/2congressobrasileirodetrilhas
Organizado pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), o Fórum de Gestores e Dirigentes de Unidades de Conservação abriu as atividades do 2º Congresso Brasileiro de Trilhas com representantes de vários estados. O evento contou ainda com a presença do representante de uma Unidade de Conservação da Argentina, Frederico Granado, que contou sobre a experiência no país vizinho.
A secretária nacional de biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Rita Mesquita, representou a Ministra Marina Silva no Fórum, e destacou o papel dos gestores para cumprir a meta estipulada de desmatamento zero. “Eu tenho muita expectativa com esse Fórum, com as experiências que vocês trazem dos Estados e tenho esperança de que a gente, juntos, consiga identificar as prioridades que nós temos hoje para continuar reforçando a formulação das políticas necessárias para que esse sistema de verdade funcione como todos nós queremos que ele funcione. É fundamental o entendimento da conexão entre esses territórios. Preciso reforçar o compromisso assumido pela atual gestão de desmatamento zero, o que não é trivial e ninguém nunca fez isso no mundo. Então, cada vez mais nós precisamos desenvolver uma integração de sistemas”, disse Rita.
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