Niterói: a arquiteta Gisele de Paula leva narrativas pretas e arquitetura expográfica aos EUADivulgação
Gisele de Paula leva narrativas pretas e arquitetura expográfica para os Estados Unidos
Arquiteta niteroiense embarcou para a Filadélfia para compartilhar seu trabalho e ampliar a presença da arte afrodiaspórica em circuitos internacionais.
Niterói - Gisele de Paula atravessou fronteiras para levar a arquitetura expográfica e as narrativas pretas a novos territórios. Com um trabalho que resgata memórias ancestrais e valoriza a presença negra em espaços expositivos, a arquiteta e pesquisadora embarcou na última semana para a Filadélfia, nos Estados Unidos, onde participou do evento Designing Blackness in Brazil: future of the Museum, organizado pelo Departamento e Centro de Estudos Africanos do Penn Museum, Universidade da Pensilvânia. Sua jornada internacional reforçou a importância da arte como ferramenta política e de reconhecimento das histórias afrodiaspóricas no cenário global.
"A arte é política e não é isenta do que compreendemos como processo e entendimento da história. Pensar expografias, museus e espaços expositivos, é também pensar política e nossos processos históricos", destacou Gisele.
Durante sua estadia nos EUA, ela apresentou uma série de exposições individuais e coletivas. Entre elas, estão "Revenguê: uma exposição-cena", de Yhuri Cruz, e "Òná Irin", de Nádia Taquary, que se destacam pela exaltação à ancestralidade e resistência negra. Também é apresentada a exposição coletiva "Raízes", que está em exibição no Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB), em Salvador, e ressalta o trabalho de artistas pretos e periféricos. Outro destaque é "Eco Malês", que aborda a Revolta dos Malês e o protagonismo negro na história do Brasil. Além disso, a trajetória da escritora e dramaturga, Leda Maria Martins, também é reverenciada através de uma exposição que enaltece sua trajetória e seu papel no Congado do Rosário de Jatobá.
A arquiteta, que é de Niterói, reforçou a importância de sua presença nesses espaços: "A universidade e a formação acadêmica em Arquitetura e Urbanismo são elitistas e historicamente não reconhecem os corpos pretos. Eu me vejo diante de uma arquitetura possível de sonhar, possível de acreditar, de alcançar lugares que não foram pensados para o meu corpo", descreveu.
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