Niterói: 27ª edição do Festival de Cinema Brasileiro de Paris vai exibir filme que se passa no CIEP 449 Brasil-França, em Charitas Daniel Zarvos
Niterói - O cinema mais uma vez leva Niterói para o mundo. O filme Salut, mes ami.e.s !, de Liliane Mutti, foi selecionado para a 27ª edição do Festival de Cinema Brasileiro de Paris. O filme se passa no CIEP 449 Brasil-França, no bairro de Charitas, e retrata o rito de passagem dos jovens com o último ano da escola. A sessão acontece no dia 2 de maio, no cinema L’Arlequim, na capital francesa.
No festival, o filme sobre os estudantes de Niterói está lado a lado de gigantes da cena nacional, como “Ainda Estou Aqui”, “Vitória”, “Cazuza", Boas Novas”, “Mais Pesado é o Céu”, entre outras produções recentes. O filme conta a história de um grupo de adolescentes no último ano letivo na única escola pública franco-brasileira integral da América Latina, o CIEP 449 Governador Leonel de Moura Brizola. Após dois anos de pandemia, confinamento e aulas a distância, eles enfrentam a despedida da escola, marcada por descobertas, expectativas e a transição para a vida adulta.
A cineasta Liliane Mutti comenta a importância da exibição no festival e o contexto do filme. “Os festivais brasilianistas na Europa são muito respeitados e atraem um público local interessado em se aproximar dos nossos cinemas. Fico particularmente feliz com a seleção de Salut, porque é um retrato de uma geração. O filme mostra estudantes vivendo um rito de passagem — encerrando o ciclo escolar e se perguntando: e agora? Como vai ser fora dos muros da escola? Ali, eles já não são mais crianças. São jovens que amam, namoram, se apaixonam, têm questões com a família, falam sobre timidez, depressão, desejo de morar fora do país. Acho que essa geração tem muito a nos ensinar em matéria de liberdade, aceitação, escolha e, principalmente, respeito. O que mais me chamou atenção foi como eles dizem se sentir bem dentro da escola, onde passam a maior parte do dia. Me parece que essa escola está, de fato, cumprindo seu papel: o de formar cidadãos, pessoas com sentimentos e não apenas produzir resultados", explicou ela.
Dentro do prédio de concreto projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, os estudantes passam cerca de dez horas diárias imersos na cultura francesa no Brasil. Enquanto jogam rugby e vivem as dúvidas e descobertas da sexualidade, observam o Oceano Atlântico sem saber ao certo o que os espera além dos muros da escola. O documentário, inspirado no filme “High-School” (1968), de Frederick Wiseman, evoca uma reflexão sobre esse rito de passagem, trazendo boas doses de melancolia e apreensão. A diretora Liliane Mutti e o fotógrafo Daniel Zarvos conviveram com Wiseman em residência artística no Centre International Les Récollets, em Paris. Em uma emocionante passagem, os alunos cantam “Bella Ciao” em uma cena em preto e branco, em homenagem ao cineasta.
A cineasta Liliane Mutti comenta a importância da exibição no festival e o contexto do filme. “Os festivais brasilianistas na Europa são muito respeitados e atraem um público local interessado em se aproximar dos nossos cinemas. Fico particularmente feliz com a seleção de Salut, porque é um retrato de uma geração. O filme mostra estudantes vivendo um rito de passagem — encerrando o ciclo escolar e se perguntando: e agora? Como vai ser fora dos muros da escola? Ali, eles já não são mais crianças. São jovens que amam, namoram, se apaixonam, têm questões com a família, falam sobre timidez, depressão, desejo de morar fora do país. Acho que essa geração tem muito a nos ensinar em matéria de liberdade, aceitação, escolha e, principalmente, respeito. O que mais me chamou atenção foi como eles dizem se sentir bem dentro da escola, onde passam a maior parte do dia. Me parece que essa escola está, de fato, cumprindo seu papel: o de formar cidadãos, pessoas com sentimentos e não apenas produzir resultados", explicou ela.
Dentro do prédio de concreto projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, os estudantes passam cerca de dez horas diárias imersos na cultura francesa no Brasil. Enquanto jogam rugby e vivem as dúvidas e descobertas da sexualidade, observam o Oceano Atlântico sem saber ao certo o que os espera além dos muros da escola. O documentário, inspirado no filme “High-School” (1968), de Frederick Wiseman, evoca uma reflexão sobre esse rito de passagem, trazendo boas doses de melancolia e apreensão. A diretora Liliane Mutti e o fotógrafo Daniel Zarvos conviveram com Wiseman em residência artística no Centre International Les Récollets, em Paris. Em uma emocionante passagem, os alunos cantam “Bella Ciao” em uma cena em preto e branco, em homenagem ao cineasta.
O crítico de cinema, Rodrigo Fonseca, escreveu no jornal Estadão que “Salut, mes ami.e.s!" é um microcosmos colorido de diversidades afetivas, de resistências e de sonhos. Em especial, o sonho de um Brasil que não precise buscar fora, Atlântico adentro, valores e potências para um futuro próspero”.
O Salut, mes ami.e.s! estreou na Europa no Festin, e com esse festival fez itinerância no Rio de Janeiro. No Brasil, estreou no Festival Panorama Coisa de Cinemas da Bahia. A produção do filme contou com incentivo da Prefeitura Municipal de Niterói e da Secretaria Municipal das Culturas (SMC) por meio do edital de Fomento ao Audiovisual de Niterói 2018 e co-financiado pela Agência Nacional de Cinema (Ancine).
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.