Niterói: Torra & Malte, em Icaraí, sedia o Sarau do RaulzitoDivulgação
Pensado a partir das apresentações solo e em duo que Raul já realizava mensalmente, o sarau nasceu de uma vontade simples: reunir, num mesmo palco, cantores, músicos e poetas, de diferentes trajetórias. “As canjas sempre aconteciam. Resolvi concentrar toda essa energia num único evento, em que o artista iniciante pudesse dividir o microfone com quem já tem estrada. O objetivo é quebrar as panelinhas e criar um ambiente fraterno, em que ninguém é maior que o outro”, explica.
Além de ser o anfitrião, Menezes é quem organiza o evento; convida os artistas; prepara harmonias para quem não toca um instrumento; toca como músico de apoio e ainda ensaia com os participantes. O apoio do Torra e Malte e o entusiasmo do público completam a receita de sucesso.
Com o passar dos meses, o evento ultrapassou as fronteiras da cidade. Um dos destaques foi a participação do jovem cantor Davi Henrique, de Itaboraí, intérprete de Cartola, com apenas 17 anos. “A arte derruba muros”, reflete Raulzito. “É mais que entretenimento: é transformação. Por isso, penso em levar o Sarau para a periferia: para tal, precisaremos de apoio financeiro. Os artistas participam de graça. Meu cachê como músico é o meu sustento; mas seria lindo poder remunerar cada participante, no futuro”, almeja.
Para o artista, o Sarau do Raulzito representa uma oportunidade de fortalecer laços e reduzir desigualdades, através da cultura. “Quando você aproxima o músico da periferia e o da Zona Sul, o público se mistura, a discriminação se dissolve e a cidade inteira ganha”, reflete.
Inspirado em movimentos como a Bossa Nova, o Clube da Esquina e a Tropicália, Raulzito acredita que a união entre artistas é essencial. “A história da arte no Brasil foi escrita por pessoas que se juntaram. O artista unido é imbatível”, crava.
O guitarrista cita o Sarau do Daniel Cahon como uma das inspirações; o Sarau do Raulzito, entretanto, tem uma pegada mais social. “No nosso palco, não há espaço para arrogância, nem para valores reacionários. O que nos move é o respeito, o companheirismo e o amor pela música”, conclui.
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