Festival ocorre neste fim de semana no quilombo Enraizados, em Nova IguaçuDivulgação

Nova Iguaçu – Neste sábado e domingo será realizada a 10ª edição do Festival Caleidoscópio, reafirmando o compromisso com a formação cultural e a potência criativa das periferias. Realizado no Quilombo Enraizados, em Morro Agudo (Nova Iguaçu), o festival ocupa o território com 24 horas de programação multicultural — 12 horas por dia, das 10h às 22h — reunindo arte, debate, formação e muita troca.
A programação do primeiro dia (sábado) conta com diversos talentos como: Nick Dias (PA), Spike MC, DREE Beatmaker, Rico Mesquita, Enjoy, R. Diop, Pharrá, Lekke DJ, Suave Preta e DJ Teaga Silva.
Já no domingo, o som fica por conta dos artistas: Lucas Fernandes, Dayô, Laizz, Jéz, Gabé, Dionisio Bxdeus, MoonJay, Rodrigo Caê e DosAnjo. Que o line up oficial dos residentes do Festival é a ''menina dos olhos'' do público já não é nenhuma novidade, a boa nova mais recente e queridinha da galera é o ''Palco de Cria'' - espaço com microfone aberto destinado aos artistas que quiserem se apresentar pela primeira vez.
Para além das atrações musicais durante os dois dias, o público poderá aproveitar a Feira Criativa com expositores locais, o 'CaleidoKids', um espaço lúdico para crianças; Gastronomia das Ruas com comidas típicas e sabores periféricos, o Café com Livros (lojinha com produtos do Enraizados), a intervenção artística do Sarau Poetas Compulsivos (tradicional momento de poesia falada), a Batalha de MCs e Slam Morro Agudo, o Projeto Teatro Nômade (com apresentação da trupe local) e a Exposição imersiva/colaborativa “Vidas em Suspenso”, que reúne fotos e vídeos de enchentes, queimadas e ausência de água, retratando as emergências climáticas vividas nas periferias brasileiras - em especial, na Baixada Fluminense.
Outro destaque do Festival são as duas masterclasses que acontecem na parte da manhã, em ambos os dias, abordando temas como racismo ambiental e ansiedade climática. As aulas são parte da campanha Vidas em Suspenso, que visa estimular a criação de narrativas periféricas sobre as crises climáticas que já impactam nosso cotidiano.
O Caleidoscópio é, também, o resultado prático do CPPEC – Curso Prático de Produção de Eventos Culturais, onde alunos aprendem e executam todas as etapas de um evento cultural de médio porte: da concepção à curadoria, da visita técnica à gestão de equipe.
O idealizador do Instituto Enraizados, o rapper e pesquisador Dudu de Morro Agudo, traça um paralelo com o cenário de hoje, diante do contexto em que o Festival foi criado, ressaltando a importância de realizar o encontro.
''O Festival Caleidoscópio nasceu como resposta à ausência de políticas públicas consistentes para a juventude da Baixada Fluminense e ao estigma histórico de que essa região não produz nada além de violência. O festival é um espelho do que a gente acredita: que é possível produzir arte de qualidade, formar novos produtores culturais, gerar renda no território e ampliar as possibilidades para nossa gente. Por isso, mais do que nunca, ele precisa continuar existindo'', afirmou.
O Festival Caleidoscópio é uma iniciativa do CPPEC – Curso Prático de Produção de Eventos Culturais, com organização da Hulle Brasil e realização do Instituto Enraizados e patrocínio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e do Governo do Estado do Rio de Janeiro.