Desde que ingressei na vida pública, há cerca de dez anos, sempre me perguntei por que a maioria dos agentes políticos com os quais convivia preferia subestimar o valor de uma gestão calcada em medições. Alguns chegavam a defender, com orgulho, que boa parte das tomadas de decisão se dava pelo "feeling". Felizmente, para o bem da sociedade, parece que isso vem mudando: os números estão tomando o lugar do tal "sentimento, instinto".
Há pouco tempo, ao participar de uma solenidade de premiação que distingue as melhores cidades fluminenses em termos de gestão, tive duas constatações. A primeira, o quão foi acertada a minha decisão de optar pelas métricas e pelo controle como ferramentas a guiarem os investimentos que faria. A segunda,
municípios que adotam essa receita invariavelmente entregam produtos e serviços de melhor qualidade para a população.
Não à toa, cidades como Niterói, Teresópolis, Iguaba Grande, Saquarema, Paracambi, Miguel Pereira e a minha Mesquita foram destaque na tal premiação, promovida pelo Instituto Áquila. As categorias ficaram divididas em: sustentabilidade, governança, eficiência fiscal, saúde e bem-estar, transparência e educação.
Além disso, foram levados em conta critérios como a população de cada um dos municípios.
Não tem como falhar. Mais: não tem como o mandatário se perder. Os números, se bem levantados e parametrizados, não mentem jamais. A partir daí, é conciliar o fôlego do caixa com as necessidades mais prementes. Tudo isso aliado, claro, aos anseios dos cidadãos. No caso aqui da minha cidade, os investimentos na equipe de planejamento não param. E, com eles, os mecanismos de monitoramento a aferir o ritmo de cada um dos gestores de área.
Sim, porque como adverte uma propaganda de pneus, a velocidade sem controle é nada. Então, tão importante quanto ter os números como grande parceiro para as tomadas de decisão é fiscalizar permanentemente se eles estão irrigando toda a administração. Além disso, é fundamental que haja transparência total sobre esses dados. Para coibir eventual mau uso de recurso e, ainda, para facilitar o acompanhamento da gestão por quem quer que seja. Sobretudo pela população.

Jorge Miranda, prefeito de Mesquita