Alunos no Festival do Rio com Jorge FurtadoFoto: Divulgação

Petrópolis - Alunos do Ensino Médio Integrado em Produção Audiovisual (EMIAV), curso do Colégio Estadual Dom Pedro II, participaram nesta quinta-feira (3) de uma das atividades mais aguardadas do Festival do Rio: a aula aberta “Trilho da História”, ministrada pelo cineasta Jorge Furtado. A iniciativa reuniu estudantes, cinéfilos e profissionais do setor para uma reflexão sobre a trajetória do diretor e sobre a importância do audiovisual como ferramenta de crítica social e cultural.
O encontro foi promovido pela Matizar Filmes em parceria com a Baluarte, dentro da programação que celebra os 25 anos do Programa Geração — voltado para o público infantojuvenil do Festival. Na ocasião, além da conversa com o cineasta, foi exibida a cópia restaurada de Ilha das Flores (1989), curta-metragem clássico que mantém sua atualidade ao denunciar, de forma irônica e contundente, as desigualdades sociais brasileiras.
A participação marcou também o lançamento da segunda edição do “Fala Tu Lab” programa que oferece ciclo formativo, mentorias e apoio financeiro para produções de curtas documentais de estudantes cotistas e bolsistas.
Desde 2009, o EMIAV leva seus alunos ao Festival do Rio, consolidando-se como o único curso de ensino médio no país que integra a formação regular à prática em produção audiovisual. Ao longo desses anos, jovens do Colégio Dom Pedro II têm exibido seus filmes e vivenciado trocas com alguns dos principais nomes do cinema nacional na Mostra Audiovisual de Petrópolis, ampliando repertórios e fortalecendo vínculos com a cultura brasileira.
Para Elaine Mayworm, professora do núcleo técnico do curso, a presença no Festival é um momento decisivo na formação dos estudantes. “Para nós, é fundamental estar neste espaço. É um momento de muitas trocas, aprendizados, a oportunidade de conhecer cineastas e produtores do cinema brasileiro dos quais assistimos os filmes na escola”, afirma.
O impacto é sentido diretamente pelos alunos. “Estar aqui amplia nosso universo e nossa cultura audiovisual. É muito bom conversar com essas pessoas que admiramos, escutar suas experiências desde a criação das ideias até a execução delas num set de filmagem”, comenta Luiza Luz, aluna do terceiro ano do EMI-AV.
O contato com a obra e a trajetória de Jorge Furtado reforçou o caráter formativo do Festival para os jovens do EMIAV. O cineasta, que fundou a Casa de Cinema de Porto Alegre em 1987 e conquistou reconhecimento internacional com obras no cinema e na televisão, é referência por unir criatividade, crítica social e inovação na linguagem audiovisual.
Segundo Elaine Mayworm, a vivência no Festival do Rio reverbera também nas produções autorais dos alunos. “Vir ao Festival e participar das atividades enriquece o repertório dos estudantes, inclusive na execução das suas próprias obras, que em breve serão exibidas na 15ª edição da Mostra Audiovisual de Petrópolis. Com a experiência, o EMIAV reafirma seu papel pioneiro ao formar jovens para o audiovisual em nível médio, promovendo a educação para além da sala de aula e criando pontes entre escola, cultura e mercado”.