Edital de licitação do transporte público de Resende não prevê orçamento para função de cobradorDivulgação
Edital de licitação do transporte público de Resende não prevê orçamento para função de cobrador
Lei municipal proíbe que motoristas exerçam as duas funções; Ministério Público recomenda suspensão do processo licitatório
O edital de licitação do novo transporte público de Resende, elaborado pela prefeitura, não prevê orçamento para a função de cobrador, o que contraria uma lei municipal assinada pelo atual prefeito Diogo Balieiro. Na Lei nº 3.292, de 4 de agosto de 2017, os motoristas são proibidos de exercerem as duas funções: condutor e cobrador. "A concessionária de serviço público de transportes deverá manter em seu quadro profissionais distintos nas funções de cobrador e de motorista, em ônibus e micro-ônibus utilizados como veículos de transporte coletivo dentro do Município de Resende", aponta a legislação.
Uma empresa de transportes de São Luís, no estado do Maranhão, impetrou um mandado de segurança pedindo que a licitação, marcada para esta quinta-feira (2), seja prorrogada. Ciente do fato, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) recomendou a suspensão do processo licitatório. O órgão destaca que o edital não cita se a função de cobrador será subsidiada pela prefeitura, ou seja, paga com dinheiro do município. "O Poder Público não levou em conta a presença de um cobrador, isso porque, dentre os insumos, não se listaram os gastos relativos aos salários e benefícios com os cobradores".
O MP ainda reforça que não é possível que as empresas interessadas na concessão apresentem suas propostas sem que todas as dúvidas estejam sanadas. "A proposta vencedora precisa apresentar tarifa realista e condizente com as particularidades do contrato, tudo visando à execução satisfatória do serviço. E para tanto é imprescindível que os interessados conheçam as premissas sobre as quais se dará o equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão a ser futuramente firmado".
A recomendação do Ministério Público ainda não foi analisada pela Justiça. Enquanto isso, mesmo com o contrato vencido, a Viação São Miguel continua operando amparada em uma liminar judicial. A passagem deve aumentar no próximo dia 7, passando de R$ 4,00 para R$ 4,25. A prefeitura de Resende ainda não se pronunciou.
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