O ministro da Saúde, Nelson Teich, e o presidente da República, Jair Bolsonaro, durante solenidade de posse no Palácio do Planalto
 - Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O ministro da Saúde, Nelson Teich, e o presidente da República, Jair Bolsonaro, durante solenidade de posse no Palácio do Planalto Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Por Lucas Cardoso

Rio - O novo ministro da Saúde, Nelson Teich, tomou posse, ontem, em cerimônia no Palácio do Planalto e disse que terá "foco nas pessoas". O oncologista entra no lugar de Luiz Henrique Mandetta, que foi demitido após uma série de desgastes com o presidente Jair Bolsonaro. Ambos estavam presentes à solenidade.

"O foco que a gente tem aqui é nas pessoas. Por mais que você fale em saúde, por mais que você fale em economia, não importa, o final é sempre gente. Isso que a gente veio fazer aqui, trazer uma vida melhor para a sociedade e para as pessoas do Brasil", garantiu Teich, com tom otimista durante discurso sob o olhar de seu antecessor e de Bolsonaro.

O médico também mencionou a importância de trabalhar em conjunto com estados e municípios para conseguir combater o novo coronavírus. "Decidi acompanhar diariamente a evolução da Covid-19 em cada estado e município e outros problemas que possam estar relacionados à saúde", além disso, mencionou que a busca por medicamento contra a Covid-19 pode estar perto de dar resultados: "Mais rápido do que se imagina".

Diferentemente do tom apaziguador do novo ministro, que não sinalizou nenhuma mudança nas medidas tomadas por seu antecessor, o presidente Bolsonaro deixou claro que espera uma condução distinta na pasta.

"Junte eu e o Mandetta e divida por dois. Pode ter certeza que você vai chegar naquilo que interessa para todos nós. Não queremos vencer a pandemia e daí chamar o doutor Paulo Guedes para solucionar as consequências de um povo sem salário, sem dinheiro e quase sem perspectiva em função de uma economia que a gente vê que está sofrendo vários revezes", destaca Bolsonaro.

Insegurança

Para especialistas em saúde ouvidos por O DIA a motivação de Bolsonaro ao demitir o ex-ministro Mandetta aumenta a insegurança sobre autonomia. Segundo Daniel Soranz, diretor de pesquisa da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade pela Fiocruz, nenhum caminho radical é positivo: "É preciso encontrar um meio termo entre colocar todos em casa e deixar que as pessoas saiam".

Edmilson Migowski, infectologista e professor da UFRJ, disse que uma das soluções para reduzir o isolamento já foi mencionada pelo ministro: testagem em massa.

No Brasil, um triste recorde: 217 morreram em apenas 24 horas

Em novo recorde, o Brasil registrou 217 mortes decorrentes do novo coronavírus nas últimas 24 horas. Com isso, o número de óbitos por Covid-19 passou para 2.141 ontem, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde. Balanço da pasta também aponta 33.682 casos confirmados da doença. O índice de letalidade do novo vírus, em relação ao total de casos, está em 6,4%. No dia anterior eram 30.425 casos e 1.924 mortes. No entanto, o ministério afirma que o número real de casos No Brasil, um triste recorde: 217
morreram em apenas 24 horas tende a ser maior, já que só pacientes internados em hospitais fazem testes e há casos represados à espera de confirmação.

De acordo com o balanço do ministério, São Paulo está perto de registrar 1.000 mortes desde o início da pandemia. O estado mais populoso do país tem agora 928 óbitos e 12.841 casos. O segundo caso com mais letalidades em decorrência da Covid-19 é o Rio de Janeiro, com 341 mortes. Aparecem na sequência Pernambuco, com 186 mortes registradas; Ceará, com 149; e Amazonas, com 145.

 

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