Sem medo da covid-19, cariocas lotaram areia e orla e, muitos, sem máscaras. Aglomeração não é recomendada  - Estefan Radovicz
Sem medo da covid-19, cariocas lotaram areia e orla e, muitos, sem máscaras. Aglomeração não é recomendada Estefan Radovicz
Por Marina Cardoso

Brasil - O Ministério da Saúde informa: no Brasil, 101.049 mortes; no Estado do Rio, 14.080. Números inquestionáveis daqueles que perderam a vida por conta da pandemia do novo coronavírus. E que preocupam especialistas, que temem uma segunda onda de casos de covid-19 e questionam sobre o 'novo normal' da população brasileira e carioca. 

Para a sanitarista Lígia Bahia, especialista em saúde pública e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Estado do Rio ainda vive situação complicada. "Ainda é muito ruim, pois há a possibilidade dessa segunda onda em função da reabertura apressada e da pressão também para as escolas voltarem. Estagnamos ainda em um número alto. E vamos caminhar por mais tempo com números diários elevados", explica.

Já o infectologista Alberto Chebabo, da Divisão Médica do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ, prefere não falar em segunda onda, pois o número de casos atuais ainda é uma consequência dos primeiros meses. "É um impacto da primeira onda, da reabertura das atividades que foi feita desorganizada e dos óbitos que são divulgados tardiamente. Há, ainda, aquelas pessoas que começaram a sair depois de um tempo confinadas e suscetíveis a se infectar", afirma.

Para ele, daqui a duas ou três semanas, tendência é diminuir os casos no Sul e Centro-Oeste, e entre no patamar do número de casos do Sudeste e Nordeste. "Mas não quer dizer que tudo deva voltar ao normal. A doença não vai desaparecer. É possível que a gente chegue a 150 mil mortos nas próximas semanas em um espaço curto de tempo, com mil mortes diárias em um mês e pouco", explica.

Os especialistas são unanimes em dizer que se deve detectar a doença para encontrar casos assintomáticos e que as pessoas precisam manter distanciamento social e o uso de álcool em gel e máscara. "Vemos que são duas populações: as que acreditam, que ainda fazem o isolamento social, e outra que não. Para evitar a contaminação, pessoas precisam ainda adotar medidas de precaução", explica Lígia.

 

Presidente perde ação e pagará multa a Jean Wyllys
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O presidente Jair Bolsonaro terá que pagar multa de R$ 2,6 mil ao ex-deputado Jean Wyllys e ao advogado Lucas Mourão. A decisão é do juiz Leonardo de Castro Gomes, da 47ª Cível do Tribunal de Justiça do Rio. Assim que for notificado, o presidente terá 15 dias de prazo para o pagamento.
A multa é referente a um processo de 2017, em que Bolsonaro processou Wyllys e pediu indenização de R$ 22 mil por danos morais. A alegação de Bolsonaro foi que Wyllys o chamou de "boquirroto", "fascista" e "nepotista".
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Na ocasião, a Justiça negou o pedido do presidente. Assim, ele acabou condenado a pagar multa pelos embargos apresentados e terá que repassar 10% da causa, a título de honorários, ao advogado de Jean Wyllys. Bolsonaro não pode mais recorrer da ação.
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