Publicado 19/02/2021 09:36
Rio - Com o início da transmissão local de variantes do coronavírus na cidade e no Estado do Rio, a prefeitura da capital decidiu manter o alerta de risco alto em todo o município, apesar da maioria dos bairros ter apresentado queda relevante no nível de contágio. Das 33 regiões administrativas, 27 passaram de risco alto para moderado, segundo boletim divulgado nesta sexta-feira. Apenas seis regiões apresentam risco alto na cidade: Copacabana, Lagoa, Tijuca, Vila Isabel, Barra da Tijuca e Rocinha.
Na semana passada, todas as regiões administrativas foram avaliadas com risco alto. A taxa de letalidade da covid-19 na cidade também caiu de 9,2 pra 5,7. O boletim da Prefeitura do Rio também indicou que as filas por internação na Rede SUS do Rio de Janeiro está zerada.
O prefeito Eduardo Paes repreendeu a constatação de que justamente a área mais nobre da cidade manteve-se com risco alto de contágio.
"A absoluta maioria da cidade foi para risco moderado. As áreas de risco alto são as mais ricas da cidade. Tem setores da nossa cidade agindo com enorme irresponsabilidade. Se as pessoas saudáveis do Rio, com mais condições, continuarem achando que a vida é uma festa, eles vão sair das suas festinhas e vai ter alguém idoso, hipertenso em casa que pode ir a óbito. Gostaria de flexibilizar (as medidas restritivas) nas áreas mais pobres que demonstraram mais responsabilidade, mas vamos manter assim por causa da nova cepa", afirmou o prefeito nesta sexta-feira.
Com a transmissão local das variantes de Manaus e do Reino Unido na cidade, a Prefeitura do Rio informou que vai intensificar as ações de combate ao contágio com rastreamento de contatos de contaminados e testagem. A autonotificação continua pelo aplicativo Rio Covid-19, nas plataformas iOS e Android, e pela Central 1746, com acompanhamento dos casos pelas equipes de saúde.
O secretário municipal de Saúde disse que a decisão de manter as medidas restritivas em toda a cidade foi uma medida de cautela diante das novas cepas na cidade. "A gente ainda não tem nenhum estudo sólido que comprove uma maior gravidade ou transmissibilidade das variantes. Ainda são hipóteses que estão sendo analisadas pelos institutos de pesquisa. Na dúvida, a gente vai manter as medidas restritivas e manter a cidade em risco alto", disse Daniel Soranz.
Endurecimento na Zona Sul e na Barra
O prefeito do Rio não descarta enrijecer as medidas restritivas na cidade, caso as variantes da covid-19 se demonstrem mais agressivas. Paes, no entanto, ressaltou que a cidade como um todo apresentou melhora expressiva. "Em uma excepcionalidade, identificando que essa nova cepa provoca mais riscos, a gente pode tomar medidas mais restritivas. Eu acho que o saldo pra cidade como um todo é positivo. Fila zerada, diminuição de óbitos, de taxa de letalidade e mortos. Mas, a gente não vai abaixar em razão dessa nova cepa", disse.
O secretário de Saúde reforçou que a Prefeitura considera aumentar as restrições nas áreas em que o contágio se manteve alto. "Se a gente não conseguir reduzir os números, principalmente nos bairros da Zona Sul e da Barra, a gente vai precisar aumentar as medidas restritivas", disse Daniel Soranz sem dar detalhes de quais medidas seriam tomadas ou a partir de qual data este endurecimento aconteceria.
Transmissão local
Além de representarem as áreas de alto risco, a área nobre da cidade também concentra os casos de transmissão local das novas variantes da covid-19. Os três casos na cidade são de adultos entre 30 e 40 anos. Uma quarta pessoa foi contaminada por uma nova cepa em Nova Iguaçu. Além desses quatro casos de transmissão local no Estado do Rio, um homem transferido de Manaus com comorbidades que recebeu atendimento no Hospital dos Servidores, no Rio, veio a óbito na noite de quinta-feira. Ele estava com a variante brasileira, P1.
Os três pacientes contaminados por novas variantes de covid-19 na cidade do Rio tiveram sintomas leves. Nenhum dos três tiveram histórico de viagem, o que indicou que eles foram contaminados na capital. Todos relataram ter tido contato com pessoas contaminadas.
Uma mulher de 36 anos foi contaminada com a variante britânica (B.117), ela mora na Freguesia, Zona Oeste do Rio; um homem de 40 anos residente em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, foi infectado com a variante brasileira (P1), assim como um morador de Copacabana de 30 anos.
Vacinação
A cidade do Rio vacinou 260.534 pessoas com a primeira dose da vacina contra a covid-19. Destas, 36.797 receberam a segunda dose. O montante representa 3.86% da população carioca vacinada com a primeira dose.
Neste sábado, não haverá vacinação no esquema drive-thru. A Prefeitura aguarda a chegada de mais lotes de vacina para prosseguir com o calendário de vacinação. A injeção da segunda dose, no entanto, continua. Quem for receber a segunda dose deve ir à mesma unidade em que tomou a primeira e levar o comprovante de vacinação. A unidade de saúde mais perto de cada carioca pode ser verificada no site prefeitura.rio/ondeseratendido. Os pontos funcionam de segunda a sexta, das 8 às 17 horas, e no sábado, das 8 às 12 horas.
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