Paciente estava internado no Hospital Federal dos Servidores do Estado - Daniel Castelo Branco
Paciente estava internado no Hospital Federal dos Servidores do EstadoDaniel Castelo Branco
Por Beatriz Perez
Rio - Morreu na noite desta quinta-feira um paciente diagnosticado com a variante brasileira do novo coronavírus (P1). Ele estava internado no Hospital dos Servidores, no Centro do Rio, transferido de Manaus, onde surgiu a mutação do vírus. O homem de 46 anos apresentava hipertensão e obesidade, comorbidades da doença. Além dele, outro paciente com a mesma variante morreu em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Este último, foi um caso de transmissão local, ou seja, ele não veio infectado de outro estado.
O paciente de Manaus começou a apresentar sintomas no dia 21 de janeiro e foi transferido para o Rio no dia 3 de fevereiro. Sua morte foi confirmada na manhã desta sexta-feira. Ele enfrentou sintomas de síndrome respiratória aguda grave.
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O primeiro óbito com a variante P1 no Estado do Rio é um morador de Belford Roxo, que ficou internado em Nova Iguaçu. Segundo a Secretaria de Saúde do Estado do Rio, não é possível associar o agravamento desse caso à contaminação pela mutação do vírus, já que o homem foi internado por cirrose hepática e problemas renais. A análise do período de internação deste paciente em Nova Iguaçu e posterior transferência para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio, está em fase de conclusão.
Transmissão local
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A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS-Rio) concluiu que pelo menos três pessoas foram contaminadas na cidade do Rio por variantes do coronavírus. Com isso, a capital registra casos autóctones, ou seja a transmissão aconteceu localmente, não foi importada de outro estado ou país. Os pacientes da capital têm entre 30 e 40 anos, apresentaram sintomas leves e relataram ter tido contato com pessoas com covid-19. Nenhum deles realizou viagens em que pudessem ter se contaminado. COm o caso de Nova Iguaçu, o Estado do Rio acumula 5 casos de transmissão local.
Os pacientes da capital com variates são: uma mulher de 36 anos, contaminada com a variante britânica (B.117), moradora da Freguesia, Zona Oeste do Rio; um homem de 40 anos residente em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, infectado com a variante brasileira (P1), assim como um morador de Copacabana de 30 anos.
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A taxa de letalidade da covid-19 na cidade também caiu de 9,2 pra 5,7.
Cidade do Rio em alerta
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Com o início da transmissão local de variantes do vírus, a Prefeitura do Rio decidiu manter o alerta de risco alto em toda a cidade, apesar da maioria dos bairros ter apresentado queda relevante no nível de contágio. Das 33 regiões administrativas, 27 passaram de risco alto para moderado, segundo boletim divulgado nesta sexta-feira. Apenas seis regiões apresentam risco alto na cidade: Copacabana, Lagoa, Tijuca, Vila Isabel, Barra da Tijuca e Rocinha.
A Prefeitura informou que vai intensificar as ações de combate à transmissão com rastreamento de contatos de contaminados, testagem e autonotificação, continuar garantindo o funcionamento da rede hospitalar, que está com a fila de espera zerada e reforçando medidas de proteção à vida.
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O prefeito Eduardo Paes repreendeu a constatação de que justamente a área mais nobre da cidade manteve-se com risco alto de contágio.
"A absoluta maioria da cidade foi para risco moderado. As áreas de risco alto são as mais ricas da cidade. Tem setores da nossa cidade agindo com enorme irresponsabilidade. Se as pessoas saudáveis do Rio, com mais condições, continuarem achando que a vida é uma festa, eles vão sair das suas festinhas e vai ter alguém idoso, hipertenso em casa que pode ir a óbito. Gostaria de flexibilizar (as medidas restritivas) nas áreas mais pobres que demonstraram mais responsabilidade, mas vamos manter assim por causa da nova cepa", afirmou o prefeito nesta sexta-feira.
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