Publicado 21/02/2021 13:53
Rio - A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro confirmou, neste domingo, que seguirá as diretrizes do Ministério da Saúde para a distribuição de doses, assim que a pasta oficializar a modificação. Desta forma, não serão reservadas doses, dentro da nova remessa, para uma segunda aplicação da vacina.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, preferiu não entrar em detalhes sobre como esse processo de vacinação ocorrerá na cidade. "Já pedi ao (Daniel) Soranz (secretário municipal de Saúde) que prepare um novo plano dentro dessas novas circunstâncias, mas nós só vamos anunciar isso na hora que a vacina chegar aqui", disse.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que 8.600 novas doses da vacina foram liberadas na sexta-feira pela Secretaria de Estado de Saúde. As doses serão usadas para continuar a vacinação de idosos acamados, que são atendidos em casa. O município precisa de mais doses para retomar o calendário de vacinação. A SMS estima que, nos próximos dias, irá divulgar um novo calendário de vacinação seguindo a confirmação do número de novas doses encaminhadas pelo Ministério da Saúde.
Neste sábado, Paes confirmou a chegada de mais doses de vacina na terça-feira. O prefeito comentou ainda que a expectativa é que as novas remessas garantam ao município a vacinação de todos os idosos acima de 60 até o início de abril. "Seria incrível. A prefeitura está pronta. Tem capacidade para vacinar em escala", projetou.
Para Chrystina Barros, pesquisadora em Saúde da UFRJ e membra do comitê de combate ao coronavírus, é urgente que a vacinação no país seja acelerada, mas há um temor por não haver garantia de uma segunda dose ou um posicionamento mais claro do Ministério da Saúde.
"Não há nenhum problema que as vacinas que estão hoje no Brasil sejam usadas para dar velocidade (ao processo de vacinação). A grande questão é garantir que haja uma segunda dose. Porque todos os estudos feitos até agora falam que essas vacinas são eficazes com duas doses. Se não houver segunda dose para quem tomar a primeira, nós podemos estar jogando fora recursos preciosos", afirma a pesquisadora.
"A Fiocruz ainda não tem assinado o contrato de acordo da transferência de tecnologia para que produza, em solo brasileiro, a vacina de Oxford. Sabemos que um contrato desse é bastante complexo. Mas isso precisa ter o intermédio, o apoio do Ministério da Saúde, para que haja velocidade. Não pode ser uma iniciativa única do Instituto Butantan, ou da Fiocruz, mas sim uma iniciativa do país. Com o governo federal assumindo, garantindo a velocidade para a produção própria, aí sim podemos ter tranquilidade no uso da primeira dose agora", conclui Chrystina.
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