Publicado 26/02/2021 08:08
Rio - O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), denunciou o jogador Márcio Almeida de Oliveira, o Marcinho, por homicídio culposo na direção de veículo pelo atropelamento dos professores Maria Cristina José Soares e Alexandre Silva de Lima. O acidente aconteceu no dia 30 de dezembro, quando o casal atravessava a Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.
De acordo com a denúncia, oferecida ao Juízo da 34ª Vara Criminal da Capital, foi agravada pois o jogador não parou para prestar socorro as vítimas. Em depoimento, Marcinho disse que o casal atravessou fora da faixa de pedestres, garantiu que não estava embriagado e que dirigia em baixa velocidade - a cerca de 60km/h, abaixo do limite de 70km/h da pista. Apesar da versão, o veículo, uma Mini Cooper preta, ficou destruído. O jogador disse que não socorreu as vítimas porque teve medo de linchamento.
O jogador estava acima da velocidade quando trafegava na via. No laudo da Polícia Civil, que O DIA teve acesso, o veículo estava entre 86km/h e 110km/h. A velocidade máxima permitida na Avenida Lúcio Costa, local do acidente, é de 70km/h.
"Utilizando o Modelo de Happer, com base na distância de projeção do pedestre, a velocidade do veículo objeto do exame, varia entre 86 Km/h e 110 Km/h", diz um trecho do documento.
A pena prevista para o crime de homicídio culposo é de dois a quatro anos de prisão, aumentada de um terço se o agente não prestar socorro.
A pena prevista para o crime de homicídio culposo é de dois a quatro anos de prisão, aumentada de um terço se o agente não prestar socorro.
Marcinho parou carro em rua perto de acidente e foi à casa de amigo
Um vídeo mostra que o ex-lateral do Botafogo estacionou o carro perto do local em que atropelou o casal de professores e foi à casa de um amigo no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. As imagens estão em câmeras de segurança da região do acidente.
As imagens mostram o percurso percorrido pelo jogador no dia do acidente, que vitimou Alexandre Silva Lima, de 44 anos, que morreu na hora, e a mulher dele, a professora Maria Cristina José Soares, 56 anos. Ela morreu após ficar internada em estado grave durante uma semana.
O vídeo mostra Marcinho em um supermercado, onde ele fica quase meia hora. Ele deixa o estabelecimento comercial e pouco tempo depois, o jogador atropela o casal.
Juntos há 13 anos, o casal de professores do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) tinha ido à praia jogar flores para Iemanjá na noite do dia 30 para evitar aglomerações na virada.
Vídeo mostra ex-Botafogo bebendo antes do atropelamento
Marcinho bebeu cinco chopes antes de atropelar e matar o casal de professores. No inicio do mês, o inquérito do caso foi finalizado e apontou que o jogador consumiu bebida alcoólica antes do acidente e dirigiu acima da velocidade permitida. No documento, que O DIA teve acesso, consta o indiciamento por duplo homicídio culposo (quando não há intenção de matar), e agravante pela fuga do local. A defesa responsável pelo atleta não quis se manifestar.
Um vídeo do circuito interno de câmeras de segurança do restaurante Rei do Bacalhau, no Engenho de Dentro, Zona Norte do Rio, mostra o jogador os chopes entre 11h e 13h30 do dia 30 de dezembro, conforme consta no inquérito. Em depoimento, Marcinho afirmou que não havia ingerido álcool no dia do atropelamento. As imagens contrariam a versão do atleta.
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