Marcinho passa pelo carro no pátio da 42ª DP: ex-jogador do Botafogo alegou não ter prestado socorro por temer linchamento - Estefan Radovicz
Marcinho passa pelo carro no pátio da 42ª DP: ex-jogador do Botafogo alegou não ter prestado socorro por temer linchamentoEstefan Radovicz
Por O Dia
Rio – O ex-lateral do Botafogo Marcinho, bebeu cinco chopes antes de atropelar e matar um casal de professores no dia 30 de dezembro, na Avenida Lúcio Costa, no Recreio, Zona Oeste. Nesta terça (02/02), o inquérito do caso foi finalizado e apontou que o jogador consumiu bebida alcoólica antes do acidente e dirigiu acima da velocidade permitida. No documento, que O DIA teve acesso, consta o indiciamento por duplo homicídio culposo (quando não há intenção de matar), e agravante pela fuga do local. A defesa responsável pelo atleta não quis se manifestar.
Um vídeo do circuito interno de câmeras de segurança do restaurante Rei do Bacalhau, no Engenho de Dentro, Zona Norte do Rio, mostra o jogador os chopes entre 11h e 13h30 do dia 30 de dezembro, conforme consta no inquérito. Em depoimento, Marcinho afirmou que não havia ingerido álcool no dia do atropelamento. As imagens contrariam a versão do atleta.
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O delegado responsável pelo caso, Alan Luxardo, da 42° DP (Recreio dos Bandeirantes), afirmou que a investigação sobre o caso foi encerrada e segue para o Ministério Público. Questionado se o vídeo poderia gerar complicações ao indiciamento do jogador, Alan disse que todas as provas estão nos laudos, portanto, a denúncia segue da mesma maneira.

Relembre o caso

No dia 30 de dezembro, o jogador atropelou um casal na Avenida Lúcio Costa, no Recreio. A investigação apontou que a velocidade do veículo estava entre 86 km/h e 110km/h, quantidade acima do limite permitido, que é de 70 km/h. O professor, Alexandre Silva de Lima, vítima do atropelamento, morreu na hora, enquanto a professora Maria Cristina José, foi levada ao Hospital Lourenço Jorge em estado grave, em seguida, foi transferida ao Hospital Vitória e passou por uma cirurgia, mas não resistiu, falecendo seis dias depois.

Após o atropelamento, o jogador deixou o local sem prestar socorro, abandonando o carro alguns metros depois. Em depoimento, Marcinho afirmou que dirigia a 60km/h e "repentinamente, um casal saiu entre os veículos estacionados", e diz que tentou "frear e desviar" das vítimas. Testemunhas contrariaram a versão do jogador, informando que o atleta estava em alta velocidade e vinha "costurando" no trânsito, que estava moderado, permitindo ao casal atravessar a rua em segurança.

Procurada, a defesa do jogador não quis se manifestar sobre o vídeo. O delegado Alan Luxardo entregou o inquérito do caso ao Ministério Público, que seguirá com os procedimentos. No documento, foi reforçado o fato de que o jogador estava acima do limite da velocidade e tinha ingerido cinco chopes anteriormente.