Veículo com manchas de sangue foi apreendido em operação no Complexo do Castelar, em Belford RoxoReprodução/ Agência O DIA
Por Beatriz Perez
Publicado 21/05/2021 15:27
Rio - Um carro com manchas de sangue no porta-malas foi encontrado dentro do Complexo do Castelar, em Belford Roxo, durante operação nesta sexta-feira. A apreensão foi apontada como indício de que os traficantes operam um "tribunal do tráfico". "O veículo estava aberto, com o porta-malas sujo de sangue. Há a possibilidade do carro ter sido utilizado em um homicídio meses atrás. Os pertences de uma vítima de roubo foram encontrados dentro do carro", conta o delegado titular da Delegacia de Homicídios da Baixada, Uriel Alcântara.
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O diretor-geral de polícia especializada, Felipe Cury, ressaltou que o tráfico torturou um morador do Complexo do Castelar tentando apresentá-lo como responsável pelo desaparecimento dos três meninos em Belford Roxo, Lucas Matheus, Alexandre e Fernando Henrique, em dezembro do ano passado.
"O tráfico sentencia e executa na hora seus desafetos. Outro exemplo é o caso da namorada do Dalton, que também foi julgada pelo tribunal. Isso é reiterado e a polícia está aqui para atuar como garantidora de Direitos Humanos dessas comunidades que vivem sob a ditadura do tráfico", afirmou Cury.
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As dezesseis pessoas presas na operação desta sexta-feira foram identificados pelas investigações como autoras de variados crimes: assaltos, roubos, tráfico e aliciamento de menores. "Como nossa principal linha de investigação do desaparecimento das crianças é o tráfico, entendemos que possamos obter elementos que nos possam permitir avançar na investigação", disse o diretor do Departamento-Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa, Roberto Cardoso.
A polícia apura se um furto de passarinhos motivou a reação dos criminosos contra as crianças. "A subtração de pássaros de determinado traficante poderia ter levado ao crime. É uma das linhas de investigação que a gente vem atuando. Houve uma tortura de um morador do Castelar para incriminá-lo pelo desaparecimento. Vamos colher oitivas com os presos", afirmou o delegado Uriel Alcântara. 
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O titular da Delegacia de Homicídios da Baixada (DHBF) acrescentou que ainda trata o caso como desaparecimento. "Infelizmente, são três crianças desaparecidas. Quando tivermos provas, tratamos de outra forma, mas ainda é desaparecimento", afirmou.

O diretor-geral de Homicídios Roberto Cardoso disse que a operação demonstra sensibilidade da Polícia Civil em solucionar o caso dos meninos desaparecidos. "Visamos obter provas para elucidar esse fato. Conseguimos elementos de prova, como um veículo roubado com manchas de sangue na mala. A Polícia Civil não descansa enquanto não esclarecer esse fato", declarou.

Cerca de 150 agentes participaram da operação e ocuparam pelo menos três comunidades na região. Além das prisões, a polícia apreendeu armas, drogas e material para confecção das drogas.
Operação não teve confronto

Felipe Cury destacou que na operação desta sexta-feira não houve confronto porque os criminosos não reagiram. "Foram 16 presos sem qualquer reação por parte dos criminosos. A ação da polícia depende da reação dos criminosos. Como não houve reação, os 16 foram presos", afirmou.

O diretor de Departamento Geral de Homicídios, Roberto Cardoso, comparou a ação de hoje com a do Jacarezinho do dia 6 de maio. "A operação de hoje, tal qual a do Jacarezinho, foi para cumprir mandados, dentro da legalidade. Mas, no Jacarezinho houve resistência dos criminosos", disse o diretor.
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