Publicado 03/06/2021 14:08 | Atualizado 03/06/2021 14:30
Rio - A tragédia que destruiu uma família em Rio das Pedras, deixando pai e filha mortos, nesta quinta-feira, foi marcada por momentos emocionantes e de angústia. O choro, que começou ainda durante a madrugada e se estendeu por toda a manhã, deu lugar ao sorriso, meio que tímido, de um rapaz desempregado que viu sua companheira, a gatinha Crystal, sendo resgatada por socorristas do Corpo de Bombeiros.
Aos jornalistas, o jovem Felipe Santos contou que acordou na madrugada para socorrer os vizinhos. Ele estava em imóvel ao lado do prédio que desabou.
"Lamento pelas pessoas que perderam a vida, que perderam seus familiares. Fiz de tudo para ajudar. Tirei todo mundo do prédio e depois tentei socorrer ela (gata), mas não consegui. Ajudei as pessoas, mas quando voltei, o prédio começou a pegar fogo e tive que deixar ela para trás", disse o rapaz.
No desabamento do prédio de quatro andares, quatro pessoas ficaram feridas e duas morreram. As vítimas fatais são Natan de Souza Gomes, de 30, e a filha de dois anos, identificada apenas como Maitê. A mãe da criança, Kiara Abreu, de 26 anos, foi resgatada após seis horas soterrada. Ela está internada no Hospital Municipal Miguel Couto, na Zona Sul do Rio. Seu estado de saúde é considerado grave, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.
Os outros familiares, duas irmãs e o marido de uma delas, foram levados para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca e receberam atendimento médicos. Nenhum deles se feriu com gravidade.
De acordo com a Defesa Civil, seis imóveis foram interditados e os moradores tiveram que deixar suas casas. A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação informou que é preciso aguardar a retirada de todos os escombros, pra depois avaliar se há necessidade de demolição desses seis prédios interditados. Por mais de sete horas, centenas de pessoas tiveram o fornecimento de energia suspenso. A Prefeitura do Rio confirmou que o imóvel que veio a baixo era irregular e não tinha documentações de habitação.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, esteve no local. À imprensa, disse que a presença da milícia não vai impedir que a prefeitura continue trabalhando para acabar com as construções irregulares, principalmente em regiões da Zona Oeste.
O governador Cláudio Castro acompanhou o trabalho dos socorristas e colocou o Governo do Estado a disposição da prefeitura. "Tem mais prédios com problemas, estamos trabalhando em parceira. Lamentamos as perdas", disse.
Em nota, a Polícia Civil disse que o caso é investigado pela 32ª DP (Taquara). Os agentes aguardam a conclusão do trabalho dos Bombeiros para periciar o local.
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