Vânia da Silva Dias Soares conseguiu salvar seu cachorro de estimação, DuqueO Dia/ Thuany Dossares
Por Thuany Dossares
Publicado 03/06/2021 16:50
Rio - Subiu para sete o total de imóveis interditados pela Defesa Civil, por conta do desabamento de um prédio em Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio, durante a madrugada desta quinta-feira, que deixou duas pessoas mortas, entre elas uma criança. Entre as 25 pessoas que estão desalojadas, está o casal Vânia da Silva Dias Soares e Jadson Soares. No desespero, o que restou foi a roupa do corpo e um celular. Só deu tempo de salvar o cachorro de estimação, Duque.
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"Estávamos dormindo quando ouvimos um forte estrondo. Achei primeiro até que fosse um transformador estourando, mas logo depois vi o fogo, aquela poeirada subindo. Começou a gritaria dos vizinhos falando para a gente descer, e saímos com a roupa do corpo. Eu peguei meu celular e o nosso cachorro", contou.

Vânia mora no bairro há cerca de seis anos, e há três se mudou para o prédio na Rua das Uvas, justamente por medo de seu antigo apartamento desabar. "Aqui a gente fica com medo disso. Sai de outro lugar que morava com medo. E agora estou vendo isso. O prédio foi interditado, quero, pelo menos, conseguir entrar para pegar meus documentos", explica.

A mulher diz que mesmo se o prédio fosse liberado agora, não conseguiria voltar. "Não tem como eu voltar para lá, não conseguiria mais dormir, com medo. Fecho os olhos e só lembro da cena, consigo ver perfeitamente eu em meio aquela poeira toda, ouvindo os gritos e com medo", desabafou.
A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação informou que é preciso aguardar a retirada de todos os escombros, pra depois avaliar se há necessidade de demolição desses prédios interditados. Por conta do desabamento, parte da comunidade de Rio das Pedras segue sem energia elétrica.
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Polícia Civil cria força-tarefa para investigar desabamento de prédio em Rio das Pedras
A Secretaria de Estado de Polícia Civil (SEPOL) do Rio de Janeiro montou uma força-tarefa reunindo a 16ª DP (Barra da Tijuca), a 32ª DP (Taquara), a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) e a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (DRACO) para apurar as circunstâncias do desabamento do prédio na comunidade Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio, que deixou pai e filha mortos. Além disso, a força-tarefa também vai investigar o possível envolvimento de milicianos em construções irregulares na região.
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Segundo informações iniciais obtidas pela Polícia Civil, o imóvel que desabou era antigo e foi construído pelo antigo dono, um comerciante local, há mais de 20 anos, e sua construção não teria ligação com a milícia. Policiais civis estiveram no local, conversaram com testemunhas e vítimas. A perícia começou a ser feita no local por volta das 14h30. Diligências já estão sendo realizadas para esclarecer as causas do desabamento e o possível envolvimento de milicianos em outros empreendimentos imobiliários da região.
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