Publicado 19/07/2021 19:33
Rio - O policial reformado Ronnie Lessa disse em depoimento à Polícia Federal, no dia 27 de maio, que os 16 quebra-chamas importados por ele de Hong Kong com destino final a uma academia em Rio das Pedras, Zona Oeste do Rio, seriam para uso em armas de airsoft e paintball. A informação foi obtida pelo G1 e divulgada na tarde desta segunda-feira.
Essa explicação já havia sido dada pelo PM em 2019, quando ele foi questionado sobre peças de 117 fuzis encontradas na casa de um amigo do PM reformado. Em depoimento mais recente, Lessa chegou a questionar a qualificação do perito que fez o laudo das últimas apreensões em questão. A perícia apontou que as peças construídas em liga de alumínio eram destinadas à utilização em fuzis Colt AR-15 ou similares. O PM, no entanto, rebateu o laudo e disse que o perito pode ter se confundido, já que não teriam peritos especializados em analisar armas de airsoft ou paintball, apenas armas. Ainda em depoimento, o investigado apontou que o material seria revendido na internet.
A declaração foi divulgada após Elaine Lessa, mulher do ex-policial, voltar a ser presa, neste domingo (18) pela Polícia Federal. Elaine saiu da cadeia na sexta-feira (16), após ter sido indiciada por destruição de provas no caso Marielle. Ela iria responder em liberdade. Em depoimento, ela disse não sabia do que se tratava o material vindo de Hong Kong.
Mesmo com as alegações do casal, o Ministério Público Federal denunciou o casal por tráfico internacional de armas de uso restrito, além de solicitar a prisão preventiva dos dois. Enquanto ela retorna para a cadeia, Ronnie segue cumprindo pena no Presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. O ex-policial é acusado de executar a vereadora e seu motorista. Ele vai a júri popular pelo crime.
O MPF destacou ainda no pedido que as peças teriam como finalidade "ocultar as chamas normalmente decorrentes de disparos de arma de fogo, de modo a não revelar a posição do atirador". Os promotores disseram ainda que as peças seriam usados em confrontos armados entre o tráfico de drogas do Rio.
O MPF destacou ainda no pedido que as peças teriam como finalidade "ocultar as chamas normalmente decorrentes de disparos de arma de fogo, de modo a não revelar a posição do atirador". Os promotores disseram ainda que as peças seriam usados em confrontos armados entre o tráfico de drogas do Rio.
De acordo com apuração do G1, a defesa de Elaine entrou na manhã desta segunda-feira (19) com um habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 2ª Região e ainda não obteve resposta.
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