Caminhoneiros bolsonaristas bloquearam uma pista da rodovia Washington Luís, sentido Petrópolis, na manhã desta quintaREGINALDO PIMENTA/AGÊNCIA O DIA
Publicado 09/09/2021 06:16 | Atualizado 09/09/2021 09:05
Rio - O protesto de caminhoneiros bolsonaristas que começou no fim da tarde de quarta-feira (8) se estendeu na manhã desta quinta (9). Pistas da BR-040, a rodovia Washington Luís, chegaram a ser bloqueadas por caminhões sentido Petrópolis, na altura da Reduc, em Duque de Caxias. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) liberou o trânsito por volta das 7h. Até ontem, 14 estados já registravam tentativas de bloqueio por caminhoneiros.
Durante a madrugada, caminhões foram estacionados na pista central da BR-040, e manifestantes acamparam na beira da estrada, até mesmo com crianças. O ato perdeu força ao longo da manhã. Eles acreditam que os protestos da sexta-feira serão maiores. "Amanhã será um dia de caminhão zero. Não teremos caminhão na pista, exceto os excepcionais: gás e insumos especiais. Amanhã é um dia D para nós. Nós estamos com o presidente e somos maioria", afirmou um dos organizadores do protesto na Washington Luís.
Na BR-101, em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, cerca de 200 manifestantes a pé ameaçaram fechar a rodovia. O trânsito não foi concretamente afetado. A cidade de Itaboraí chegou a registrar manifestação no km 1 BR-493, mas durante a madrugada havia apenas 10 manifestantes no local.
Equipes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) acompanham os protestos e as movimentações dos manifestantes ao longo das rodovias fluminenses.
Insufladas por discurso antidemocrático de Bolsonaro, pauta é o fechamento do STF
As manifestações de caminhoneiros são uma tentativa de demonstrar apoio ao presidente Jair Bolsonaro em pautas antidemocráticas, como o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Na maioria dos estados do país não há caráter econômico nos atos, como em 2018, quando caminhões pararam rodovias por conta do aumento no preço dos combustíveis.
Nas redes sociais, o caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, o Zé Trovão, lidera as ações a favor do presidente, mesmo com mandado de prisão ativo. Trovão está foragido desde a última semana, quando o ministro Alexandre de Moraes determinou sua prisão por ataque às instituições democráticas. 
Na quarta-feira, Zé Trovão divulgou um vídeo em grupos bolsonaristas insuflando caminhoneiros a atuar nas rodovias do país. Mais tarde, o próprio presidente Jair Bolsonaro disparou um áudio pedindo o fim dos bloqueios. 
"Fala para os caminhoneiros aí, são nossos aliados, mas esses bloqueios aí atrapalham a nossa economia, isso provoca desabastecimento, inflação. Prejudica todo mundo, especialmente os mais pobres. Então dá um toque aí nos caras, se for possível, para liberar, tá ok, para a gente seguir a normalidade", disse o presidente.
 
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