Paralisação Linhares na BR 101Reprodução/Twitter

Caminhoneiros autônomos fazem paralisação em oito estados em manifestações a favor do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) nesta quarta-feira, 8. Segundo o boletim, de 17h30, são registrados pontos de concentração em rodovias federais com abordagem a veículos de cargas nos seguintes Estados: Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Paraná, Maranhão e Rio Grande do Sul.Em Itajaí (SC), os manifestantes apedrejaram um caminhão que tentou furar o bloqueio na manhã desta quarta-feira, 8.
A manifestação foi convocada de forma autônoma, nenhuma associação ou entidade de caminhoneiros aderiu formalmente à paralisação até o momento. De acordo com Francisco Biazotto, da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), “o movimento não partiu dos sindicatos de caminhoneiros, nem associações. É um movimento isolado, nossa confederação em Brasília não foi convidada”.
O Ministério de Infraestrutura informou que em nenhum ponto é registrado bloqueio total da pista. "A PRF encontra-se em todos os locais identificados e trabalha pela garantia do livre fluxo com a tendência de fim das mobilizações até a 0h do dia 09/09."
Segundo os vídeos postados em redes sociais é possível observar que se trata mais de apoio ao governo do que protesto contra o preço dos combustíveis.

Os bloqueios realizados pelos caminhoneiros já preocupa distribuidoras de combustíveis que temem o desabastecimento dos mercados. As empresas temem que faltem produtos como gasolina e óleo diesel nas próximas 12 horas desta quarta-feira. A situação mais crítica é em Santa Catarina e Mato Grosso, mas algumas cidades de outros Estados já estão com fornecimento comprometido.
A Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava) considera o movimento desvinculado da pauta dos caminhoneiros. “É totalmente político”, declarou Wallace Landim, o Chorão, à Tribuna do Paraná. Entretanto, Carlos Alberto Litti Dahmer, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), acredita que o ato é antidemocrático e que há envolvimento empresarial.
NTC&Logística repudia bloqueios de caminhoneiros
A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), que divulgou nota de repúdio a essas manifestações organizadas na esteira dos atos do 7 de Setembro, incentivados pelo presidente Jair Bolsonaro.

A entidade, que diz congregar cerca de 4.000 empresas de transporte associadas direta e indiretamente e mais de 50 entidades patronais, afirmou que a movimentação é de natureza política e está dissociada das bandeiras e reivindicações da categoria de caminhoneiros autônomos.

"NTC&Logística vem manifestar total repúdio às paralisações organizadas por caminhoneiros autônomos com bloqueio do tráfego em diversas rodovias do País, por influência de supostos líderes da categoria. Trata-se de movimento de natureza política e dissociado até mesmo das bandeiras e reivindicações da própria categoria, tanto que não tem o apoio da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos", afirmou a associação em nota.
Na nota, a NTC&Logística diz esperar que as autoridades dos governos federal e estaduais adotem as providências "indispensáveis" para assegurar às empresas de transporte rodoviário de cargas o "pleno exercício do seu direito de ir e vir e de livre circulação nas rodovias em todo o território nacional". "As empresas de transporte rodoviário de cargas, desde que garantido o livre trânsito dos seus veículos, terão condições de assegurar a continuidade do normal abastecimento em toda a cadeia de produção e consumo para a tranquilidade de todos", afirma a entidade.

"A NTC deixa claro que não apoia esse movimento, repudiando-o, orientando as empresas de transporte a seguirem em sua atividade e orientando os seus motoristas para em caso de bloqueio ao trânsito dos seus veículos acionarem imediatamente a autoridade policial solicitando sua liberação", conclui.
*Com informações do Estadão Conteúdo