Publicado 09/03/2022 17:37 | Atualizado 09/03/2022 22:30
Rio - Após dois anos de aulas a distância, professores e alunos puderam retornar, nesta semana, aos campi da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), a retomada total das atividades presenciais estão liberadas desde o dia 16 de fevereiro, enquanto a volta da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) está marcada para o dia 11 de abril. As três instituições optaram por manter obrigatório o uso de máscara de proteção individual e exigir o esquema de vacinação completo para a tão esperada retomada das atividades presenciais.
Na mesma semana, a Prefeitura do Rio tornou facultativo o uso de máscaras em ambientes fechados. A decisão de flexibilizar foi tomada por conta do cenário epidemiológico no município. "Quando precisou, obrigamos as pessoas a usarem máscaras, proibimos as aglomerações, fechamos bares e restaurantes. Foi um momento muito duro para a sociedade, e nos momento em que temos um cenário epidemiológico muito favorável, como o que temos hoje, também temos que desobrigar as pessoas das medidas restritivas", explicou o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, em live com o prefeito Eduardo Paes (PSD).
Apesar do cenário epidemiológico, a professora da Faculdade de Medicina da UFRJ, Carmen Froes faz um alerta para um possível risco à comunidade acadêmica. “Esperamos que isso não se reflita no aumento no número de casos e não venha a atrapalhar a retomada das atividades presenciais. Nós professores estamos muito ansiosos para voltar a ter contato com os alunos nas salas de aula”, refletiu.
Antes vazio, o pilotis da PUC-Rio, na Gávea, Zona Sul do Rio, pode receber novamente a comunidade acadêmica, que aprova as medidas de precaução contra infecção da Covid-19. "Eu concordo com o posicionamento da faculdade. O uso de máscara não é uma escolha pessoal, é uma escolha coletiva. Você usa para proteger o outro, além de se proteger”, opinou a aluna de Psicologia, Maria Augusta Asmus.
Na Uerj, a retomada das atividades presenciais acontecerá de forma gradual de acordo com a decisão de cada departamento. Na estadual do Rio, para a segurança da comunidade, a cobrança das medidas preventivas também será intensa. "Apesar do decreto da Prefeitura do Rio, publicado nesta segunda-feira (7), que retirou a obrigatoriedade do uso do item de proteção, a PR5 recomenda que ele não seja dispensado até que pelo menos 70% da população acima de 18 anos tenha recebido a dose de reforço da vacina contra a Covid-19", afirmou a instituição, nas redes sociais.
Aluna do curso de Direito da Uerj, Julia Almeida reiterou a importância da segurança de todos os que frequentam os campi da instituição. "A Uerj, assim como a maioria das universidades públicas do Rio, tem alunos de várias cidades do estado e do país. Cada uma dessas pessoas está vindo de uma condição diferente em relação à pandemia, por isso, neste momento não tem como suspender a proteção individual”, pontuou.
Professora da Escola de Comunicação da UFRJ, Ivana Bentes não escondeu a animação de abandonar o ambiente online e de retomar a proximidade com os alunos. "Acho que a comunidade acadêmica já chegou no limite do ensino remoto, em um esgotamento desse modelo. Essa volta é necessária e aguardada por todos e para isso, precisamos nos sentir seguros", desabafou.
Apesar da felicidade em voltar ao campus, alunos da UFRJ se preocupam com as condições da infraestrutura da universidade. “Por mais que tenha a decisão da prefeitura, as condições da universidade com certeza não serão as ideais em relação a pandemia. Por conta do corte de verbas, pode faltar sabão, as salas ficarão cheias, então acho que ainda não é viável a flexibilização do uso de máscaras dentro da universidade”, lembrou Ana Clara Galante, aluna de Jornalismo da UFRJ.
*Estagiária sob supervisão de Thiago Antunes
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