Camisa que Cauã usava ficou rasgada por conta do tiroReginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Publicado 07/04/2022 15:54
Rio - A perícia da Polícia Civil descobriu que Cauã da Silva dos Santos, de 17 anos, morreu de anemia, por conta do tempo que ficou sangrando, após ser baleado com um único tiro, na noite de segunda-feira (4), na comunidade do Dourado, em Cordovil, na Zona Norte do Rio. O adolescente foi atirado em um valão depois de ser atingido e levou entre cinco e dez minutos para morrer. Ele chegou a ser socorrido, mas chegou ao Hospital Estadual Getúlio Vargas sem vida. As informações foram divulgadas pelo G1 nesta quinta-feira (7). 
No corpo do jovem, a perícia encontrou um fragmento de projétil de fuzil na cavidade pleural esquerda, na caixa torácica de Cauã. A bala ricocheteou e atingiu o adolescente no coração. De acordo com o delegado titular da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), Alexandre Herdy, o pedaço da bala já foi encaminhado para a especializada e está sob análise da perícia de balística. Nesta etapa, é realizada a descrição e verificação da viabilidade técnica de submissão do que foi encontrado a confronto balístico.
A DHC investiga a origem do disparo que matou a vítima. O corpo de Cauã foi sepultado sob forte comoção e revolta, no Cemitério de Irajá, na Zona Norte, nesta quarta-feira. Familiares e moradores do Dourado acusam a Polícia Militar de ter atirado contra o adolescente e o ter jogado no valão. Em nota, a PM informou que os policiais envolvidos na ação já foram ouvidos pela Polícia Civil e pela 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM). "As armas da equipe já foram apresentadas à perícia da Polícia Civil e os militares estão afastados do serviço nas ruas", completou a corporação.
Também ontem, um culto foi realizado em memória do jovem, na comunidade do Dourado. No próximo domingo (10), Cauã participaria do Campeonato Mundial de Grappling, no velódromo da Barra da Tijuca, na Zona Oeste, junto de outros integrante do projeto social #VemCer. Na competição, os colegas irão o homenagear levando um banner com sua foto. A vítima era faixa laranja de Jiu-jitsu, praticava luta-livre e tinha o sonho de seguir carreira no Exército. 
 
 
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