Cauã teria sido atingido com um tiro no peito por policiais militaresReprodução

Rio - A perícia da Polícia Civil encontrou um fragmento de um projétil de fuzil no corpo de Cauã da Silva Santos, de 17 anos. O adolescente morreu baleado, na noite de segunda-feira (4), e foi jogado em um valão, na comunidade do Dourado, em Cordovil, na Zona Norte do Rio. Ele precisou ser resgatado por moradores e chegou a ser levado para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, mas não resistiu. O pedaço da bala que atingiu a vítima foi localizado na cavidade pleural.

De acordo com o delegado titular da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), Alexandre Herdy, o fragmento já foi encaminhado para a especializada e está sob análise da perícia de balística. Nesta etapa, é realizada a descrição e verificação da viabilidade técnica de submissão do que foi encontrado a confronto balístico.

Familiares acusam a Polícia Militar de ter disparado no peito do jovem e o atirado no valão. A vítima deixava um evento do projeto social Centro Esportivo Resgate, em comemoração à classificação para o Campeonato Mundial de Grappling, que disputaria neste sábado (9). Ele era faixa laranja de Jiu-jitsu, praticava luta-livre e tinha o sonho de seguir carreira no Exército.
De acordo com a PM, as armas da equipe que atuava na região no momento do crime foram apresentadas à perícia da Polícia Civil. Os militares já prestaram depoimento na DHC e foram afastados do serviço nas ruas. Eles também foram ouvidos pela 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM), que instaurou Inquérito Policial Militar para apurar as circunstâncias do caso.

O corpo de Cauã é velado desde às 9h desta quarta-feira (6), no Cemitério de Irajá, também na Zona Norte. O sepultamento está previsto para às 16h. De acordo com o tio do adolescente, Thiago Velasco, a bisavó da vítima sofreu três paradas cardíacas ao saber da morte do bisneto. Ela foi socorrida para o Posto de Assistência Médica (PAM) de Irajá. O estado de saúde da idosa é estável, mas familiares pediram aos médicos que ela só deixe a unidade após o enterro, para evitar que ela vá e volte a se sentir mal.