Publicado 23/05/2022 08:06
Rio - A reprodução simulada do acidente que causou a morte de Raquel Antunes da Silva, de 11 anos, foi realizada neste domingo. A menina teve uma das pernas amputadas após ter sido imprensada entre um poste e o carro alegórico da escola Em Cima da Hora em abril, durante a primeira noite dos desfiles da Série Ouro, na Rua Frei Caneca, na saída da Praça da Apoteose, na Marquês de Sapucaí. fotogaleria
A reprodução simulada começou por volta das 18h20 e durou cerca de quatro horas. O carro alegórico, que havia sido apreendido pela polícia, foi colocado dentro do Sambódromo, para que os peritos e agentes da Polícia Civil conseguissem refazer o trajeto do veículo até o local onde a menina foi imprensada. Os motoristas do carro e do caminhão-reboque participaram da simulação. Promotores do Ministério Público do Estado e servidores da prefeitura acompanharam a diligência.
A reconstituição busca ajudar a 6ª DP (Cidade Nova) a entender como tudo aconteceu. Ainda não há um prazo para a entrega final do laudo da reprodução.
A escola Em Cima da Hora disse ao DIA que no momento "não vai se pronunciar" e que "tudo está sendo esclarecido junto às autoridades".
A princípio, o caso é investigado com sendo homicídio culposo, quando não há intenção de matar, de acordo com a delegada Maria Aparecida Mallet, da 6ª DP (Cidade Nova).
Raquel morreu no dia 22 de abril, depois de passar três dias internada em estado grave após o acidente. Muito abalada, Marcela Portelinha, pediu justiça pela filha, aos gritos de "Eu quero a minha menina" durante o velório. A menina chegou a ter uma das pernas amputada por causa das graves lesões.
Durante o procedimento, ela sofreu uma parada cardiorrespiratória. Raquel também teve traumatismo no tórax e respirava por aparelhos.
A perícia no carro alegórico da Em Cima da Hora já foi concluída e o perito César Guimarães foi ouvido na distrital. No último dia 2, Wallace Palhares, presidente da Liga-RJ, entidade que é responsável pela organização dos desfiles da Série Ouro, prestou depoimento sobre o caso. O diretor da escola, Flávio Azevedo da Silva, a mãe da menina, Marcela Portelinha, funcionários que cuidavam do carro na avenida e o coordenador da dispersão também foram ouvidos.
Escolas descumpriram normas de segurança
No dia seguinte ao acidente, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) disse que as escolas de sambas da Série Ouro, que desfilaram na noite do dia 20 de abril, no Sambódromo, descumpriram normas de segurança determinadas previamente pela Justiça. De acordo com a pasta, no dia 21 de março, foi enviada uma recomendação para os organizadores do desfile que aponta a necessidade de segurança no momento da concentração e dispersão dos carros alegóricos.
"Providenciar seguranças aos carros alegóricos para evitar que crianças e adolescentes se coloquem em riscos, especialmente, nos momentos de concentração e dispersão das escolas de samba", diz um trecho do documento.
"Providenciar seguranças aos carros alegóricos para evitar que crianças e adolescentes se coloquem em riscos, especialmente, nos momentos de concentração e dispersão das escolas de samba", diz um trecho do documento.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, nenhuma das agremiações que desfilaram no primeiro dia da Série Ouro tinha regularizado os carros alegóricos. Das agremiações do segundo dia, apenas quatro haviam entrado com pedido de regularização dos carros.
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