Publicado 07/06/2022 17:09
Rio - O Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), por meio da 1ª Vara Criminal Especializada da Capital, solicitou à Policia Federal que inclua o nome de Gustavo de Andrade e Silva, filho do contraventor Rogério de Andrade, na lista de procurados da Interpol, a polícia internacional. A decisão do juiz Marcello Rubioli, publicada no último dia 3, atende a um pedido do Ministério Público do Rio (MPRJ) referente às investigações da Operação Calígula.
Na decisão, o magistrado escreveu que tomou conhecimento, segundo fontes de notícias, que Gustavo estaria acompanhando o pai no exterior. Além do filho do contraventor, o juiz solicitou a inclusão do nome de outros 11 réus na lista vermelha. "Defiro seja requerido à Interpol que proceda a inscrição do nome dos foragidos na "difusão vermelha". Oficie-se como de estilo no encalço do endereço dos demais réus não citados, solicitando urgência nas respostas", escreveu o magistrado.
O nome de Rogério de Andrade está na lista de procurados da Interpol desde abril do ano passado. Pai e filho já são considerados foragidos. Segundo a denúncia do MPRJ, o bicheiro está na linha de investigação como o possível mandante da morte da vereadora Marielle Franco. Rogério também é sobrinho de Castor de Andrade, que dominava o jogo do bicho entre as décadas de 1970 e 1980. A partir da morte do patrono, em 1997, Rogério e o genro de Castor, Fernando Iggnácio, disputavam o espólio do patriarca na Zona Oeste do Rio. Fernando Iggnácio foi assassinado em novembro de 2020 e a Justiça chegou a mandar prender Rogério, que é patrono da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel. O Supremo Tribunal Federal, no entanto, suspendeu a ação penal em fevereiro deste ano.
Operação Calígula
A operação buscou reprimir a organização criminosa liderada por Rogério e Gustavo, pai e filho, integrada por dezenas de outros criminosos, incluindo o policial reformado Ronnie Lessa. Segundo a denúncia do MPRJ, a relação entre Ronnie Lessa e Rogério começou em 2009, quando o primeiro atuava como segurança do contraventor. Porém, em 2018, um mês após a morte de Marielle Franco e Anderson Gomes, foi identificada uma reaproximação entre os dois, ao negociarem uma parceria envolvendo casa de apostas. "Essa investigação evidencia que, no momento contemporâneo da morte da Marielle, havia uma relação entre os dois. Não podemos afirmar que há uma relação entre os casos, mas há proximidade entre os episódios", afirmou o promotor de Justiça Diogo Erthal.
Ainda segundo os promotores, a investigação também identificou a atuação de denunciados no sistema de tecnologia que opera o jogo do bicho, não só no Rio de Janeiro, mas também em estados das regiões Sul e Nordeste. A pedido do MPRJ, a Justiça determinou que o sistema fosse tirado do ar em todo o país. "A atuação criminosa de Rogério de Andrade extrapola o Rio de Janeiro. Hoje essa organização criminosa busca expandir a exploração do jogo do bicho e de máquinas caça-níqueis, uma expansão que é conquistada com violência e corrupção", relatou Fabiano Cossemerlli, subcoordenador do Gaeco.
Ainda segundo os promotores, a investigação também identificou a atuação de denunciados no sistema de tecnologia que opera o jogo do bicho, não só no Rio de Janeiro, mas também em estados das regiões Sul e Nordeste. A pedido do MPRJ, a Justiça determinou que o sistema fosse tirado do ar em todo o país. "A atuação criminosa de Rogério de Andrade extrapola o Rio de Janeiro. Hoje essa organização criminosa busca expandir a exploração do jogo do bicho e de máquinas caça-níqueis, uma expansão que é conquistada com violência e corrupção", relatou Fabiano Cossemerlli, subcoordenador do Gaeco.
Dos 24 mandados de prisão deferidos, 14 foram cumpridos.
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