Publicado 15/07/2022 15:30
Rio - De acordo com o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), o médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, de 31 anos, também atuava como mastologista, obstetra e ginecologista em hospitais públicos do Estado do Rio de Janeiro e na clínica de seu pai, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio. Ele está preso provisoriamente por estuprar uma paciente durante uma cesárea no Hospital da Mulher, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, no domingo (10). Além disso, Giovanni também é investigado por 30 possíveis casos de estupro e violência obstétrica.
Conforme consultado no CNES, o médico atuou como anestesista no Hospital Da Mulher Heloneida Studart, onde foi flagrado por uma câmera de celular estuprando uma mulher na sala de parto; no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, Zona Norte do Rio; no Complexo Regional de Mesquita - Maternidade e Clínica da Mulher, em Mesquita e no Hospital Municipal Adão Pereira Nunes, ambos localizados na Baixada Fluminense.
Ele também atuava como mastologista, ginecologista e obstetra em uma clínica particular do seu pai, em Vila Isabel. O DIA tentou contato com a clínica, mas não obteve retorno.
Ele também atuava como mastologista, ginecologista e obstetra em uma clínica particular do seu pai, em Vila Isabel. O DIA tentou contato com a clínica, mas não obteve retorno.
Segundo o Hospital Geral de Nova Iguaçu, o anestesista na unidade entre 1º de março de 2019 e fevereiro de 2022. Como era médico residente, integrando o programa de residência do Ministério da Saúde, ele sempre teve suas atividades supervisionadas e acompanhadas por um profissional, nunca estando sozinho. "Nenhuma irregularidade ou denúncia foi feita por pacientes durante seu período de atuação no HGNI. Seu vínculo com o hospital terminou após o encerramento da residência", informou o hospital. A unidade também está fazendo um levantamento dos atendimentos feitos pelo anestesista e, assim que a Polícia Civil solicitar, ele será encaminhado às autoridades.
Giovanni se formou em 2017 pelo Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA), no Sul Fluminense, e concluiu a especialização em anestesia no início de abril deste ano. O médico também não é servidor do estado. Ele tem CRM regular e prestava serviço como pessoa jurídica nas unidades públicas. Os hospitais estão em contato com a Polícia Civil para colaborar com as investigações. A Fundação Saúde instaurou uma sindicância interna para tomar as medidas administrativas e notificou o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj). A equipe da unidade informou que está prestando todo apoio à vítima e à sua família.
Prontuário médico enviado ao IML
Segundo a delegada Bárbara Lomba, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti, o prontuário médico da vítima de estupro foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) do Rio. As informações neste documento podem apontar se houve aplicação em excesso de sedativo na paciente. Os depoimentos de pelo menos seis pacientes, esposos das vítimas, médicos e enfermeiros que trabalhavam junto de Giovanni indicam aplicação de sedativos em dosagens anormais.
Também passaram por perícia no Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), na quarta-feira (13), as gazes usadas pelo criminoso para limpar a boca da vítima na sala de parto, o celular da enfermeira que filmou o crime e as ampolas de sedativos utilizados pelo anestesista durante a cesárea. O celular do anestesista também será periciado.
Impedido de exercer a profissão
Giovanni Bezerra está temporariamente impedido de exercer a profissão. Segundo o Cremerj, a suspensão provisória do médico ocorreu após o órgão ter acesso "às imagens gravíssimas" de estupro de uma paciente.
Ainda conforme o conselho, também está sendo instaurado no Cremerj um processo ético-profissional, onde a sanção máxima é a cassação definitiva do registro. "Firmamos um compromisso com a sociedade de celeridade no que fosse possível e essa suspensão provisória é uma resposta. A situação é estarrecedora. Em mais de 40 anos de profissão, não vi nada parecido. E o nosso comprometimento não acaba aqui. Temos outras etapas pela frente e também vamos agir com a celeridade que o caso exige", afirma o presidente do Cremerj, Clovis Munhoz.
Vídeo serviu como prova para a prisão em flagrante
A prisão do médico ocorreu após enfermeiras e técnicas de enfermagem da unidade gravarem um vídeo dele colocando o pênis na boca da paciente, que estava anestesiada durante a realização do parto.
No registro, a gestante estava deitada na maca, inconsciente, onde do lado esquerdo do lençol, a equipe médica iniciava a cirurgia, enquanto do outro lado Giovanni abria o zíper da calça, puxava o pênis para fora e o introduzia na boca da vítima.
No registro, a gestante estava deitada na maca, inconsciente, onde do lado esquerdo do lençol, a equipe médica iniciava a cirurgia, enquanto do outro lado Giovanni abria o zíper da calça, puxava o pênis para fora e o introduzia na boca da vítima.
Ao terminar o ato de violência o anestesista pegou um lençol e limpou a boca da gestante. A ação durou cerca de 10 minutos. O vídeo serviu como prova e foi encaminhado à Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti.
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