Delegada Bárbara Lomba, titular da DEAM, em São João de Meriti, acompanha o Governador Cláudio Castro em visita ao Hospital da Mulher. Na foto, Delegada Bárbara Lomba. Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Médico anestesista é investigado por 30 possíveis casos de estupro
Mais duas pacientes atendidas por Giovanni Quintella Bezerra no dia 10 de julho são aguardadas para prestar depoimento na Delegacia de Atendimento à Mulher de São João de Meriti
Rio - O médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, de 31 anos, está sendo investigado por 30 possíveis casos de estupro. Segundo a delegada Bárbara Lomba, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti, o Hospital da Mãe, em Mesquita, na Baixada Fluminense, informou que Giovanni acompanhou mais de 20 cirurgias na unidade.
Já no Hospital da Mulher, em São João de Meriti, além do caso de estupro confirmado com a ajuda de um celular escondido na sala de cirurgia, o médico teria aplicado medicamentos em excesso em outras duas pacientes no dia 10 de julho. Elas são aguardadas para depor na Deam nesta quinta-feira. A polícia investiga se nestes procedimentos as grávidas ficaram inconscientes. Ele estava há dois meses atendendo nesta unidade. Uma enfermeira e o esposo de uma paciente prestaram depoimento na distrital por volta das 16h desta quinta-feira.
Além dos depoimentos, a delegada aguarda o resultado da perícia realizada nesta quarta-feira (13) em materiais usados no centro cirúrgico. As gazes utilizadas para limpar o rosto da paciente vítima de estupro, o celular da enfermeira que filmou o crime e as ampolas de sedativos utilizados pelo anestesista durante a cesárea foram levadas ao Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE). O celular de Giovanni também foi apreendido e vai passar por perícia.
O médico está no Complexo Penitenciário de Bangu, na Zona Oeste, e é mantido isolado de outros presos por medida de segurança. Ao dar entrada no presídio, o médico foi alvo de hostilidade por parte de outros presos. Por ter ensino superior e direito a uma ala especial, mas acima de tudo por uma questão de segurança, o anestesista foi posto em uma cela individual de 36m², apartado dos outros detentos.
Vítima foi informada sobre o estupro
A mulher violentada pelo médico anestesista soube apenas nesta quarta-feira (13) que foi vítima do criminoso. Com a ajuda do marido da paciente, a delegada Barbara Lomba conversou com a mulher por telefone e contou sobre o estupro no centro cirúrgico do Hospital da Mulher Heloneida Studart, na Baixada Fluminense, no último domingo (10).
Segundo Barbara, a mulher ficou muito indignada, revoltada e chateada com o ocorrido, e desabafou que está com medo da proporção que o fato tomou. Em visita ao hospital onde o crime ocorreu, nesta quinta-feira (14), o governador do Rio, Cláudio Castro, disse que a paciente optou por receber atendimento psicológico na unidade. Além dela, toda a equipe médica que participou do flagrante está sendo acompanhada.
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