Matheus, Douglas, Adriel e Jhonatan eram amigos de infânciaMarcos Porto/Agência O Dia
Publicado 22/08/2022 17:56
Rio - A Polícia Civil segue investigando a motivação do sequestro e possível execução de quatro jovens em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, no último dia 12. Uma das linhas de investigação indica que o uso e venda de drogas nos locais dominados pela milícia de Danilo Dias Lima, o Tandera, pode ter motivado a emboscada contra Matheus Costa da Silva, de 21 anos, Douglas de Paula Pampolha dos Santos, 22, Adriel Andrade Bastos, 24 e Jhonatan Alef Gomes Francisco, 28.
Os amigos de infância desapareceram enquanto estavam a caminho de um shopping em Nova Iguaçu. De acordo com testemunhas, homens armados e encapuzados, que supostamente seriam milicianos, teriam interceptado o carro de aplicativo e sequestrado o grupo.
O irmão de um dos desaparecidos, que preferiu não se identificar, informou ao DIA que já havia recebido uma mensagem anônima sobre essa suposta motivação. Ele confirmou que o irmão faz uso de cigarro, bebida alcoólica e maconha, mas que não traficava. "No depoimento na delegacia eu cheguei a falar que meu irmão fazia uso da maconha, mas nada de traficar e nem vender nada. O que eu acho que pode ter acontecido, é que às vezes eles [milicianos] viram quatro, cinco rapazes usando drogas e podem ter deduzido como tráfico, coisa que não era", afirma.
Após a morte de dois milicianos no sábado (20), entre eles o irmão de Tandera, Delson de Lima Neto, mais conhecido como Delsinho, e Renato Alves de Santana, o Fofo, durante uma ação da Polícia Civil, os investigadores relacionaram a dupla com a autoria do crime.
"O setor de inteligência da Draco tem informações, que precisam ser checadas e confirmadas com aprofundamento investigativo, mas as preliminares que nós temos apontam que o Fofo e o Delsinho foram os executores da morte desses rapazes e que os corpos foram jogados no Rio Guandu", disse o delegado da Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco), André Leiras.
O delegado ainda comentou sobre o modo de operar de Delsinho. "A gente também tem informações que o Delsinho é um uma pessoa extremamente violenta, comete muitas atrocidades contra suas vítimas e hoje a vida dele foi foi findada". Ainda segundo Leiras, nenhum vestígio dos quatro jovens foi encontrado no sítio onde os milicianos morreram na ação de sábado (20) ou nas regiões próximas, mas acreditam que o local tenha sido onde os rapazes foram executados.
Buscas no Rio Guandu
A Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros realizaram buscas pelos jovens durante toda a última sexta-feira (19), na Baixada Fluminense. A operação foi iniciada em uma área de mata, bastante isolada, na região do bairro Cabuçu, em Nova Iguaçu, mas nenhum vestígio dos jovens foi encontrado. No início desta tarde, os agentes da Civil e dos Bombeiros se locomoveram até o município de Seropédica, vizinho à cidade do desaparecimento, para realizar a procura no Rio Guandu, onde também nada foi encontrado.
 
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