Publicado 18/10/2022 21:54
Rio – Um ato de cineastas, artistas, profissionais do setor de cultura e amantes da arte marcou, nesta terça-feira (18), mais uma etapa na luta de sobrevivência do Estação NET Rio, cinema do Grupo Estação. Dezenas de pessoas ocuparam o espaço na Rua Voluntários da Pátria, 35, em Botafogo, na Zona Sul, e gritaram em coro "Deixa o NET Rio ficar".
O ato foi convocado pelo próprio Grupo Estação, que batalha na Justiça o não despejo ameaçado pelo Grupo Severiano Ribeiro (GSR), proprietário do prédio, por falta do pagamento do aluguel. Em publicação em uma rede social, o grupo afirmou estar disposto a negociar. Disse também que o se este cinema fechar, todo o Estação acaba, pois não terá mais condição financeira de sobreviver.
O grupo também está colhendo assinaturas para um abaixo-assinado. A decisão da Justiça do Rio está marcada para esta quarta-feira (19).
O grupo também está colhendo assinaturas para um abaixo-assinado. A decisão da Justiça do Rio está marcada para esta quarta-feira (19).
A ação foi iniciada pelo GSR em dezembro de 2020, sob alegação de o Estação não pagar aluguéis a partir de março do mesmo ano, mês em que se iniciou a pandemia da Covid-19 e todos os cinemas tiveram que fechar as portas. A dívida do Estação seria, no momento inicial da ação, de cerca de R$ 860 mil.
O desentendimento entre os dois lados, no entanto, não começou durante a pandemia com a ação de despejo movida pelo Grupo Severiano. O contrato de aluguel era renovado a cada cinco anos, com um preço mínimo mensal mais participações na bilheteria e nas receitas do café. Em 2019, o GSR pediu um valor mensal mais alto, que o Estação considerou acima do praticado no mercado. A discussão foi judicializada, e foi determinado um aluguel provisório, maior do que era pago antes, mas menor do que o pretendido pelo GSR, até que houvesse uma solução. Era esse o valor que o Estação vinha depositando antes do início da pandemia.
A Justiça do Rio chegou a determinar o despejo do cinema em março de 2021. A decisão foi da juíza da 27ª Vara Cível, Elisabete Franco Longobardi. À época, a magistrada pediu que o Grupo Estação deixasse o prédio em até 15 dias a partir da decisão e que pagasse a quantia referente ao aluguel e outras despesas. "A alegação de dificuldades financeiras em razão da pandemia causada pela Covid-19 não é motivo suficiente para justificar o inadimplemento dos alugueres", explicitou.
O Grupo Estação, então, criou uma petição online para tentar mobilizar o apoio dos frequentadores do cinema tradicional. O objetivo do abaixo-assinado, que se chama #FICAESTACAONETRIO, é de tentar mudar os rumos das negociações. "Pedimos que o Grupo Severiano Ribeiro reveja seu posicionamento, contrário a cultura da cidade, e reverta esta situação. Não podemos deixar a especulação imobiliária destruir o patrimônio cultural da cidade!", pediu o grupo.
Em novembro de 2021, após mobilização contra o despejo do Estação, quando a dívida já chegava a R$ 2 milhões, a prefeitura oficializou o tombamento do imóvel e da atividade do local para uso exclusivo como sala de exibição, o que é desde 1944, quando foi inaugurado o Cinema Star pelo antigo Circuito Vital Ramos de Castro. O Projeto de Lei foi criado pelo vereador Lindbergh Farias. As dez salas de cinema de rua do Grupo Estação também foram inscritas no Cadastro de Negócios Tradicionais e Notáveis, considerando os cinemas Estação Net Rio, Estação Botafogo e Estação Ipanema marcos referenciais na cultura cinematográfica do Rio de Janeiro.
A Justiça do Rio chegou a determinar o despejo do cinema em março de 2021. A decisão foi da juíza da 27ª Vara Cível, Elisabete Franco Longobardi. À época, a magistrada pediu que o Grupo Estação deixasse o prédio em até 15 dias a partir da decisão e que pagasse a quantia referente ao aluguel e outras despesas. "A alegação de dificuldades financeiras em razão da pandemia causada pela Covid-19 não é motivo suficiente para justificar o inadimplemento dos alugueres", explicitou.
O Grupo Estação, então, criou uma petição online para tentar mobilizar o apoio dos frequentadores do cinema tradicional. O objetivo do abaixo-assinado, que se chama #FICAESTACAONETRIO, é de tentar mudar os rumos das negociações. "Pedimos que o Grupo Severiano Ribeiro reveja seu posicionamento, contrário a cultura da cidade, e reverta esta situação. Não podemos deixar a especulação imobiliária destruir o patrimônio cultural da cidade!", pediu o grupo.
Em novembro de 2021, após mobilização contra o despejo do Estação, quando a dívida já chegava a R$ 2 milhões, a prefeitura oficializou o tombamento do imóvel e da atividade do local para uso exclusivo como sala de exibição, o que é desde 1944, quando foi inaugurado o Cinema Star pelo antigo Circuito Vital Ramos de Castro. O Projeto de Lei foi criado pelo vereador Lindbergh Farias. As dez salas de cinema de rua do Grupo Estação também foram inscritas no Cadastro de Negócios Tradicionais e Notáveis, considerando os cinemas Estação Net Rio, Estação Botafogo e Estação Ipanema marcos referenciais na cultura cinematográfica do Rio de Janeiro.
A medida veio do temor que, retomada a posse pelo GSR, o local pudesse ser vendido para uma construtora e virasse um prédio residencial, fazendo com que o bairro perdesse um importante centro cultural. Porém, o Grupo Severiano Ribeiro manteve a ação de despejo.
Fundado em agosto de 1985, o Estação NET Rio é considerado o maior exibidor brasileiro do circuito independente ou alternativo. Com uma programação de filmes de arte e de vanguarda, o grupo Estação de Cinema é responsável pela formação da cultura cinematográfica do carioca há 36 anos, além de abrir espaço para surgirem inúmeros talentos nacionais.
O local conta com quatro complexos e quinze salas, uma média de 3,75 salas de cinema por complexo. Suas 2.058 poltronas perfazem uma média de 137,20 assentos por sala. O grupo já atuou também no ramo de distribuição cinematográfica, através da empresa Filmes do Estação.
A diretora do Grupo Estação, Adriana Rattes, enfatizou que o Circuito está disposto a conversar e a chegar a um acordo junto ao locador para sanar qualquer dívida. Segundo Adriana, "o Estação quer continuar alegrando a cidade com mais mostras, exposições, peças, shows, filmes, festivais, festas e muito mais" e disse torcer para que a aderência ao ato sensibilize o Grupo Severiano Ribeiro de voltar atrás em relação ao processo de despejo.
Procurado pela reportagem, o Grupo Severiano Ribeiro disse não comentar assuntos que já estão sendo tratados pela Justiça.
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