Publicado 18/11/2022 06:58
Rio - A Polícia Militar prendeu, na noite desta quinta-feira (17), um dos suspeitos de envolvimento na morte do major do Corpo de Bombeiros, Wagner Luiz Melo Bonin, que teve o corpo encontrado carbonizado e com marcas de tiro, dentro de um carro, no Complexo do Chapadão, na Zona Norte do Rio. O homem foi abordado por equipes do Batalhão de Policiamento de Vias Expressas (BPVE), na Avenida Brasil, e confessou o crime. A vítima foi sequestrada na última quarta-feira (16) por traficantes do bairro de São Matheus, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, enquanto tirava fotos de barricadas instaladas na comunidade do bairro onde morava.
De acordo com a PM, equipes realizavam um patrulhamento na via, na altura do entrocamento com a BR-116, a Rodovia Presidente Dutra, no bairro de Irajá, também na Zona Norte, quando abordou um veículo modelo Chevrolet Onix de cor branca. Apesar de não terem constatado irregularidades, os policiais desconfiaram do nervosismo dos três ocupantes. Ao informar que checariam seus antecedentes criminais, um dos homens confessou que estava fugindo.
Washington Rogério Magalhães Braga admitiu que seguia para Campo Grande, na Zona Oeste, após uma busca ter sido realizada em sua casa na quinta-feira, onde foram encontrados pertences do bombeiro. Ainda de acordo com o suspeito, seu aparelho celular também foi localizado por policiais na cena do crime. A versão apresentada pelo homem foi confirmada pelo comandante do 21º BPM (São João de Meriti). O trio confessou ser da comunidade São Mateus, em São João de Meriti, local onde a vítima foi executada.
O três homens foram encaminhado para a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que investiga o crime, onde apenas um ficou preso, após verificação de dados e expedição de mandado de prisão pelo Plantão Judiciário. Na manhã de ontem, a PM também realizou uma ação de retirada de barricadas na comunidade da Jaqueira, no bairro São Mateus, e destacou que agentes do 21° BPM realizam inúmeras ações como essa diariamente. Também nesta quinta-feira, o governador do Rio, Cláudio Castro, determinou celeridade na identificação dos culpados pela morte da vítima, em uma publicação em suas redes sociais.
Nesta sexta-feira (18), o Disque Denúncia divulgou um cartaz pedindo informações sobre outros envolvidos na morte do major. Segundo as investigações, o bombeiro estava insatisfeito com o avanço da criminalidade na região onde morava e chegou a enviar os registros das barricadas para a Polícia Militar. O Disque Denúncia recebe informações pelo Zap do Portal dos Procurados, pelo número (21) 98849-6099; pelos telefones (21) 2253-1177 ou 0300-253-1177, além do App Disque Denúncia RJ e também pelo inbox do Facebook e Twitter dos Portal dos Procurados. O anonimato é garantido.
Com o bombeiro, chega a 51 o número de agentes de segurança assassinados em ações violentas no Rio, somente neste ano, sendo 33 PMs; cinco militares da Marinha, um da Aeronáutica e um do Exército; cinco policiais civis; dois policiais penais; um guarda municipal e um agente do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase).
O major era lotado no Grupamento de Operações Aéreas (GOA) e já havia recebido uma medalha por sua atuação no desastre de Brumadinho, em Minas Gerais. Wagner era enfermeiro e estava na corporação há 20 anos. O sepultamento da vítima acontece no sábado (19), às 10h, no Cemitério Parque Jardim de Mesquita. O velório está previsto para começar às 8h. O Corpo de Bombeiros informou que "está dando todo o suporte para a família do militar" e que "psicólogos e assistentes sociais da corporação estão em contato permanente com parentes e amigos do oficial".
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