Marcos Vinicius Lino e a Patricia André Ribeiro, o pai e a madrasta, responderão, inicialmente, pelo crime de homicídio.Reprodução

Rio - Uma menina de apenas 2 anos morreu vítima de tortura, nesta quinta-feira (2), na Zona Oeste. Quênia Gabriela Oliveira Matos de Lima já chegou sem vida à Clínica da Família Hans Jurgen Fernando Dohmann, em Guaratiba, e com diversos sinais de violência pelo corpo. O pai e a madrasta foram presos em flagrante suspeitos de serem os autores do crime.
Marcos Vinicius Lino e a Patricia André Ribeiro, o pai e a madrasta, responderão, inicialmente, pelo crime de homicídio. - Reprodução
Marcos Vinicius Lino e a Patricia André Ribeiro, o pai e a madrasta, responderão, inicialmente, pelo crime de homicídio.Reprodução
Segundo a delegada Márcia Helena Julião, titular da 43ª DP (Guaratiba), a criança apresentava 59 lesões pelo corpo, entre já cicatrizadas e recentes: 17 no abdômen, 16 no dorso, 12 no rosto, 7 nas pernas e 6 nos braços. Ainda de acordo com ela, a Polícia Civil foi acionada após receber a denúncia de uma médica da unidade de saúde, que relatou que a garota, trazida pelo pai, apresentava "sinais severos de violência", como queimadura no umbigo e fissura no ânus. A criança também não teria sido alimentava há, pelo menos, três dias.
De acordo com a titular, “graças à atitude da médica”, foi possível prender os dois suspeitos. “A doutora veio para a delegacia, mostrou a cara e descreveu todas as lesões. Ela veio correndo, a pé, chegou esbaforida. Na seguida, eu mandei a minha policial ir lá e deu voz de prisão ao pai e a madrasta”, contou.

Marcos Vinicius Lino e a Patrícia André Ribeiro responderão, inicialmente, pelo crime de homicídio.

Ainda segundo a delegada, apesar da experiência dos servidores, o episódio causou impacto em todos. "Coincidentemente, faço 40 anos de corporação no dia de hoje e eu nunca vi um caso tão impactante. Um crime bárbaro, que chocou a todos os policiais desta unidade e causou grande comoção, diante dos atos cruéis de tortura Uma criança de dois anos e três meses com 59 lesões pelo corpinho todo. Peguei-me pensando que o lema da Polícia Civil é 'Em defesa de quem precisar'. E são justamente indefesos, como a Quênia, que precisam do nosso cuidado”, afirmou Márcia.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do Rio, responsável pela clínica, reiterou que a paciente já chegou morta na unidade. Pelo fato de haver indícios de violência, a delegacia foi acionada prontamente, explicou o órgão.
O corpo da pequena Quênia foi transferido para Instituto Médico Legal de Campo Grande.
Histórico de lesões
A SMS informou que há um registro de atendimento a Quênia do mês de novembro do ano passado na mesma clínica. À época, a menina apresentou um corte de 5 cm no couro cabeludo, cuja madrasta informou que uma louça tinha caído na cabeça da enteada.