Rio - Um levantamento realizado pelo programa Segurança Presente apontou que, entre o dia 14 de dezembro de 2022 e 15 de março deste ano, o número de roubos a pedestres no Méier, na Zona Norte do Rio, reduziu 84% nos últimos três meses em comparação ao mesmo período em 2015, pouco antes da criação do Méier Presente.
Segundo o Segurança Presente, não houve registros de roubo a pedestres nos últimos 30 dias na área e horário de atuação dos policiais que integram o Méier Presente. Dados sobre roubos de celulares na região central do bairro mostram que há mais de 40 dias nenhum aparelho telefônico foi levado por criminosos. Em relação aos casos de roubos e furtos de veículos, são três meses sem nenhum registro de ocorrências, sendo o mais recente no dia 30 de dezembro.
"Trabalhar com a polícia de proximidade provoca não apenas a queda nos indicadores de violência, mas cria na população a sensação de que tem alguém por perto a quem pode recorrer. Esta integração, inclusive, é que nos ajuda a mapear os pontos críticos e nos antecipar ao problema", disse o capitão Gabriel Cavalcante de Lima, coordenador do Méier Presente.
A psicóloga Jaqueline Ferreira, moradora do bairro, admite que percebeu uma mudança na segurança do bairro comparada há nove anos, quando ela se mudou para o Méier.
“O Méier era um bairro que muita gente tinha medo. Quando cheguei, meus amigos avisavam para eu não sair com o celular. Arriscava e saía, mas andava sempre com muito medo, ouvindo muitas histórias de furtos e assaltos", contou.
A redução nos índices de criminalidade, inclusive, trouxe outra transformação na rotina do comércio do bairro, segundo o programa. Uma parte considerável das lojas passou a abrir às 7h, especialmente na Rua Dias da Cruz, a mais conhecida e movimentada do Méier. Já são mais de 300 dias sem roubos a estabelecimentos comerciais no bairro, recorde que pode completar um ano no dia 31 de maio, de acordo com o levantamento.
Há 50 anos com uma loja de artigos infantis, Ricardo Zacarias, 74, lembra que a violência o levava a só abrir as portas do comércio a partir das 9h. "Tinha medo dos assaltos, esperava ter mais movimento na rua para iniciar o expediente. Hoje, mesmo trabalhando sozinho, não fico receoso e começo a trabalhar até mesmo antes das 7h", destacou.
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