Andressa Ribeiro dos Santos, de 40 anos, conta que as únicas coisas que lhe restaram foram o fogão e algumas peças de roupa. O resto todo foi perdido na invasão da águaReginaldo Pimenta/Agência O Dia

Rio - A adutora que se rompeu no sábado (25) trouxe, além de muita destruição, perdas. Ainda que só materiais. A força da água foi tanta que três imóveis precisaram ser interditados pela Defesa Civil. Uma moradora denuncia que a região costuma sofrer com o transbordamento de rio próximo toda vez que cai uma chuva mais forte.
Inamara Rodrigues e a irmã, Inamarcia Rodrigues, que é deficiente visual, veem aquilo que restou de seus pertences - Reginaldo Pimenta/Agência O Dia
Inamara Rodrigues e a irmã, Inamarcia Rodrigues, que é deficiente visual, veem aquilo que restou de seus pertencesReginaldo Pimenta/Agência O Dia
Segundo a Rio+Saneamento, todas as famílias atingidas estão sendo assistidas com água, alimentação e carros pipa, e 19 estão hospedadas em hotéis.
É o caso de Andressa Ribeiro e suas duas filhas, que moram em uma das casas danificadas pela violência da invasão da água. "Moro ali desde que nasci. Não é a primeira vez que ocorre um vazamento, mas, de fato, nunca foi com tanta força como agora. As únicas coisas materiais que me restaram foram o fogão e algumas peças de roupas. De resto, não sobrou nada. O mais difícil é que, desta vez, foi a adutora, mas não raramente, chove muito, o rio enche e a gente acaba sendo prejudicado. Em resumo, estamos sempre perdendo alguma coisa", contou.
A dona de casa Inamara Rodrigues, de 52 anos, relatou que estava dormindo, quando tudo aconteceu. Segundo ela,foisalva pelo irmão e o sobrinho que impediram-na de ser carregada pela força da água. "Perdi os bens que tinha, mas acredito que só de estar viva já é uma vitória. Em relação as minhas coisas materiais, tenho recebido todo suporte dos órgãos competentes. Acredito que vou reaver tudo e a vida vai voltar ao normal", afirmou.
No início da tarde desta segunda-feira (27), funcionários já preparavam para fechar o buraco e fazer a compactação do solo, quando foi descoberto uma nova rachadura na adutora. Com isso, o local foi novamente aberto para o devido conserto. A normalização do serviço, que estava programada para a noite desta segunda, por enquanto, está mantida.
Por força da necessidade do reparo, o fornecimento sofreu uma redução nos bairros de Santíssimo, Senador Vasconcelos, Senador Camará, Campo Grande, Guaratiba e Ilha de Guaratiba, além de alguns bairros em outras áreas de concessão.
O prefeito Eduardo Paes voltou a visitar o local, neste domingo (26), para acompanhar o trabalho das equipes das secretarias de Casa civil, Assistência Social, Conservação e também da Comlurb, que atua na limpeza da região. A prefeitura montou uma base operacional na região para prestar apoio aos moradores.
A Estrada do Lameirão segue interditada para o conserto da adutora entre a Avenida Brasil e a Rua Itaquê. O bloqueio está sendo feito no acesso pela Avenida Brasil e pela Estrada da Posse, com acesso liberado somente para moradores. A orientação é usar a Estrada do Mendanha e a Estrada do Quafá. Operadores terceirizados e da CET-Rio estão no local para orientar os usuários.
Procurada, a prefeitura não respondeu em relação a questão do transbordo do rio até o fechamento desta reportagem.