As estações do MetrôRio possuem três linhas atualmente: 1, 3 e 4Divulgação

Rio - Depois de publicar um vídeo onde criticou a situação da estação Gávea do Metrô, o vereador Pedro Duarte (Novo) voltou a questionar, nesta segunda-feira (3), a conclusão da obra no bairro da Zona Sul. Em entrevista ao DIA, o parlamentar afirmou que a estação beneficiaria não só os moradores ou trabalhadores, como também poderia ser o passo inicial na construção de um anel metroviário.

"É claro que toda e qualquer estação individualmente representa um elo importante. Seja para o entorno, para o bairro, para chegar no comércio da região, para os moradores dali irem ao trabalho e para as pessoas chegarem ali. Só que a estação da Gávea, além disso, tem uma função muito importante que é fazer nosso metrô deixar de ser uma 'tripa', como coloquialmente passou a se chamar, e virar um anel, um sistema de fato integrado", disse Duarte.

Segundo ele, com a finalização da estação Gávea — já construída, mas aguardando conclusão desde 2015 —o Rio poderia ter uma conexão direta da Zona Sul pela estação Uruguai. O novo trecho, previsto no plano de expansão do metrô, transformaria a malha metroviária da Linha 1 em uma espécie de anel.

"Hoje, quem sai do meio da Tijuca para chegar na Zona Sul dá uma volta ao mundo. Faz um 'U' completo. A Gávea é muito próxima da Tijuca, o que separa as duas é o maciço. A conclusão desse anel está prevista há décadas. Com isso, o metrô em vez de ter uma estação final onde todo mundo desembarca e embarca de início, passaria a ter um fluxo contínuo, um anel que roda e roda", destacou o parlamentar.

A criação dessa conexão, alega Duarte, promoveria uma redução nos custos de operação do MetrôRio, já que as pontas das linhas se conectariam. Com isso, apontou ele, não seriam necessárias paradas terminais e, por consequência, a superlotação seria amenizada, especialmente no trecho entre o Centro e a Zona Sul da cidade.
Para o vereador, a não conclusão da estação se dá por falta de interesse do Governo do Estado. Antes da paralisação do serviço, segundo ele, havia uma questão judicial envolvendo a empresa responsável pelas mudanças, mas nada foi feito.

"Hoje, já não entendo mais esse como o primeiro motivo. Para mim, o motivo atual é a falta de prioridade. Porque você vai ter que gastar muito dinheiro. A obra está parada, retomar é sempre difícil, ela (a estação da Gávea) está completamente cheia de água e você tem que tirar aquilo. É um dinheiro muito grande. Para fazer isso, vai ter que deixar de fazer um monte de outras coisas que eleitoralmente consideram mais importantes", finalizou Duarte.
Procurado, o Governo do Estado, através da Secretaria de Estado de Transporte e Mobilidade Urbana, informou que desenvolve "estudos com o objetivo de viabilizar a conclusão das obras da estação Gávea do metrô, de forma a torná-la operacional".

"O governo atua, também, para resolver os entraves jurídicos, que se arrastam há anos, a fim de dar um desfecho positivo e definitivo ao caso", concluiu, em nota.