Mãe da menina Ester, de 9 anos, segurando urso de pelúcia no IML do RioMarcos Porto/Agência O Dia
Aguardando os trâmites, a mulher sentada no banco da recepção repetia: "Meu Deus, por quê isso?", enquanto apertava o bicho de pelúcia em seu colo.
A menina estava voltando da escola com a prima quando ficou na linha de tiro. Na ocasião, cinco pessoas foram atingidas. Além de Ester, um entregador identificado como João Vitor Brander, de 19 anos, também morreu baleado. As outras vítimas, ainda não identificadas, foram socorridas com vida. Não há informações sobre o estado de saúde delas.
A tia de Ester, que não quis se identificar, contou que, no momento em que foi atingida, ela havia parado na subida da Rua Piraquê para comer um pedaço de bolo. A menina voltava da escola com sua prima, de 17 anos.
"A minha filha falou que só escutou o tiro e deu a mão a ela [a Ester], e quando olhou pro lado ela já estava baleada. Pegou ela no colo, desceu, pediu aos mototáxis pra ajudar e eles levaram à UPA de Irajá, depois foi ela transferida para o Getúlio Vargas e infelizmente ela veio a falecer", lamentou a mulher.
Ainda segundo seu relato ao DIA, a família da menina está muito abalada com a perda. "A família está desesperada, a família está consternada, eles acabaram com a vida de uma criança", desabafou.
Em uma foto, a prima da vítima aparece com o uniforme escolar todo ensanguentado após fazer o socorro. A menina foi atingida por um disparo na cabeça.
Nesta quinta-feira, moradores da Congonha vão se reunir em um protesto por Justiça pela vida de Ester e João Vitor, além de pedir mais segurança na comunidade, que vem sendo alvo de inúmeros ataques por parte de traficantes da Serrinha. O ato vai ocorrer às 12h na Avenida Ministro Edgard Romero.
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