Rio - A Polícia Civil vai ouvir, no início da próxima semana, a testemunha que filmou o casal Francisco Borges e Viviane Magalhães sendo agredido por um policial militar no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. As agressões praticadas pelo cabo Leonardo Pinto de Aguiar aconteceram no dia 8 de abril, mas o caso foi registrado na 16ª DP (Barra) na quarta-feira passada (19).
Até o momento, a distrital que investiga o caso já ouviu o PM e o casal envolvidos na ocorrência. O advogado das vítimas, Márcio Cavalcante, informou que a testemunha poderá ser ouvida na terça-feira (25). Além de ouvir testemunhas, os investigadores apuram as imagens gravadas no interior da unidade de saúde.
Relembre o caso
O cabo da PM foi flagrado agredindo Francisco e Viviane, pais de uma criança de 3 anos, no Hospital Municipal Lourenço Jorge. Em imagens registradas por testemunhas, é possível ver o momento em que o agente dá tapas, socos e chutes no casal.
Nas filmagens, ainda é possível ver o momento em que Viviane tenta separar a briga, mas leva um tapa no rosto, um puxão de cabelo e é jogada no chão. Durante a confusão, uma funcionária ainda tentou impedir que as imagens fossem gravadas.
Veja as imagens:
Policial Militar agride pais de crianças de 3 anos no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra. O caso foi registrado na 16ªDP nesta quarta (19)
Em depoimento à 16ª DP, obtido pelo DIA, o casal disse que levou o filho à unidade após a criança cair de uma escada e sentir muita dor na perna. No hospital, o menino precisou fazer um raio-x e os pais entregaram o resultado a profissionais de saúde que estavam de plantão. No entanto, o exame teria sumido e os médicos alegaram que a criança teria de passar por uma cirurgia, o que foi negado pelos pais. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) nega que o registro tenha desaparecido.
Conforme o boletim de ocorrência, Francisco procurou o médico que atendeu o filho para entregar o raio-x e não o encontrou, deixando o exame com enfermeiros. Questionados pelo clínico, os profissionais negaram ter recebido o exame, o que gerou uma discussão entre os envolvidos.
Após a confusão, o pai informou que levaria o filho a outra unidade. Nesse momento, com a criança no colo, Francisco foi abordado pelo PM Leonardo Pinto de Aguiar, que estava de serviço no Lourenço Jorge. Foi neste momento que a sequência de agressões teve início.
A briga só terminou com a chegada de uma equipe da PM, que levou Francisco para prestar depoimento na distrital da Barra da Tijuca. Na sequência, Leonardo apareceu na delegacia, deu ordem de prisão contra a vítima, e a algemou. O PM ainda teria alegado desacato e ameaça para justificar sua conduta. Francisco e Viviane o acusaram de constrangimento abusivo e lesão corporal provocada por socos, tapas e pontapés.
O que dizem as polícias
Em nota, a Polícia Civil informou que as vítimas foram ouvidas e encaminhadas para exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). "O autor foi identificado e o caso será enviado à Justiça Militar, que dará prosseguimento à investigação", disse a instituição, em nota.
Já a Polícia Militar informou que a Corregedoria Geral da Corporação, através da 2ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM), instaurou um procedimento apuratório interno sobre o caso.
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