Carlos Bruno dos Santos, de 31 anos, esteve no IML de Nova Iguaçu para fazer exame de corpo de delitoReginaldo Pimenta / Agência O Dia

Rio - Uma mulher foi morta a facadas pelo companheiro, na noite desta quarta-feira (26), dentro de casa, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Após o crime, o agressor teria tentado se passar por vítima.
De acordo com a Polícia Civil, Carlos Bruno dos Santos, de 31 anos, foi à 58ª DP (Posse) para prestar queixa contra a mulher, por agressão. O homem estava alterado e com manchas de sangue no corpo.

Os agentes desconfiaram e foram com o suspeito até o local, onde encontraram Ingrid Castilho Mendes, de 25 anos, ferida com vários golpes de faca e já sem vida. Carlos foi preso em flagrante e o corpo da mulher foi levado para o IML de Nova Iguaçu. 

Segundo a corporação, em depoimento, Carlos afirmou que cometeu o crime durante uma discussão por ciúmes. Ele suspeitava que estava sendo traído por Ingrid.
A mãe da vítima, Daniela Castilho dos Santos, de 42 anos, disse que as crises de ciúme eram constantes. "Em uma delas, ele quebrou o celular da Ingrid e a deixou incomunicável. Ela ficou muito tempo sem falar comigo por causa dele. Minha filha já não ia mais em festas da família, não frequentava minha casa. Ontem ela veio fazer as pazes, depois de meses sem nos falar, e aconteceu isso". 

Segundo Daniela, Ingrid e Carlos se conheceram há um ano no calçadão de Nova Iguaçu, onde trabalhavam como ambulantes e no início da relação, foram morar juntos.

Daniela disse ainda que, pedia para Ingrid voltar pra casa, mas ela negava e afirmava que eles estavam bem juntos. "Ingrid era uma garota alegre, brincalhona e de vários amigos. Depois que ela conheceu esse menino, passou a ser triste."
Carlos já foi preso, em outra ocasião, por tentativa de feminicídio contra uma ex-companheira. "A ex-mulher dele veio falar comigo que ele era violento e que o Carlos tinha deixado ela em coma. Quando eu avisei a minha filha sobre isso, ela disse que as pessoas mudam e que ele não era mais assim. Quando a ex-esposa dele foi na delegacia prestar queixa, minha filha foi junto para defender o namorado", explicou Daniela. 
O tio da vítima, Anísio Castilho, também afirmou que as brigas entre o casal aconteciam com frequência. "Eles brigavam demais e os vizinhos ouviam. Quando discutiam, ele não deixava ela sair casa, trancava tudo. Ontem (26) quando eles brigaram, os vizinhos disseram que ouviram ela gritar 'me deixa sair' e 'você vai me matar'."
Ingrid deixa dois filhos, um de 2 anos e outro de 7.
De acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP), nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, 16 mulheres foram vítimas de feminicídio e 53 de tentativas de feminicídio no Rio de Janeiro.