Kathlen Romeu estava grávida quando foi atingida por um tiro de fuzil e não resistiuReprodução
Publicado 29/05/2023 09:48
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Rio - A Justiça do Rio realiza, nesta segunda-feira (29), a audiência de instrução e julgamento de dois policiais militares acusados pela morte de Kathlen Romeu, de 24 anos. A jovem estava grávida e não resistiu aos ferimentos, após ser baleada, no Complexo do Lins, na Zona Norte, em 8 de junho de 2021. A sessão está prevista para acontecer a partir das 14h e vai julgar os cabos Marcos Felipe da Silva Salviano e Rodrigo Correia de Frias, na 2ª Vara Criminal da Capital.
Os militares são apontados como os autores dos disparos que mataram Kathlen. A dupla realizava um patrulhamento de rotina na localidade conhecida como Beco da 14 e atirou contra suspeitos que estariam vendendo drogas, mas acabaram atingindo a jovem, que caminhava com a avó pela Rua Araújo Leitão. Na ocasião, a vítima foi baleada com um tiro de fuzil e chegou a ser socorrida para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, mas não resistiu. 
As investigações do caso não concluíram quem fez o disparo, mas indicaram que quem puxou o gatilho foi um agente da Polícia Militar. Os dois ainda são réus por falso testemunho e fraude processual, por alterarem a cena do crime. Na última terça-feira (23), Salviano e Frias, junto com o capitão Jeanderson Corrêa Sodré, o 3° sargento Rafael Chaves de Oliveira e o também cabo Cláudio da Silva Scanfela foram interrogados e negaram as acusações, durante audiência na Auditoria Militar do Rio. 
No depoimento, o capitão Jeanderson Sodré disse que estava em patrulhamento de rotina na região, quando ouviu disparos de fogo e avistou dois policiais acenando para a viatura, que informaram que havia uma moradora baleada. O militar afirmou que prestaram socorro à vítima e que, devido ao protestos dos moradores, não foi possível preservar o local do homicídio para perícia.
Em seguida, o cabo Rodrigo de Frias contou que estava em patrulha no beco com outros dois policiais, quando foram surpreendidos por disparos de bandidos. O réu disse que revidou aos tiros e que, no final do beco, viu uma mulher caída no chão e uma senhora gritando ao lado. Após o socorro a Kathlen, ele apontou que o sargento Rafael Chaves recolheu sacolas que foram abandonadas pelos criminosos na rua. Nessas bolsas, de acordo com o PM, havia papelotes de maconha, cocaína e crack, carregadores de pistola e de fuzil e munições.
Outro policial presente no beco, o cabo Marcos Felipe Salviano admitiu que efetuou cinco disparos de fuzil durante a ação. Já o sargento Rafael Chaves falou que, devido à necessidade de sair do local rapidamente por pressão dos moradores, conseguiu pegar apenas parte das sacolas largadas na rua e negou que tenha retirado objetos do chão.
 
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