Rio - O deputado estadual Márcio Gualberto (PL) participou, nesta sexta-feira (2), de uma reunião na sede do Sindicato das Empresas do Transporte Rodoviário de Cargas e Logística (Sindicarga), na Penha, Zona Norte do Rio, para debater ações de combate ao roubo de cargas no estado.
"Aparentemente, para cada avanço na área se segurança pública, a gente fica com a sensação de quatro ou cinco retrocessos", disse Gualberto, que é presidente da Comissão de Segurança Pública e Assuntos de Polícia da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). "A área de segurança pública não consegue acompanhar o ritmo dos criminosos no Rio de Janeiro. Hoje o nosso estado esta sendo transformado num grande laboratório", continuou o deputado.
Gualberto abordou a ADPF 635, ação elaborada pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) que impede a atuação da polícia nas favelas do Rio de Janeiro durante a pandemia de coronavírus, e reforçou que todas as críticas dirigidas ao Supremo Tribunal Federal (STF) são respeitosas e necessárias para o aprimoramento dos trabalhos. "Nós não somos o suprassumo da verdade, somos questionados todos os dias e são essas questionamentos que nos fazem pessoas melhores", disse o parlamentar.
Também participaram do evento o deputado federal General Pazuello; o presidente do Sindicarga, Silvio Carvalho, o diretor de Segurança, Marcelo Turbo, e o secretário geral do sindicato, Alexandre Ayres; além do presidente da Firjan Duque de Caxias, Roberto Loverone; e do titular da Delegacia Especializada em Roubos e Furtos de Cargas, Alessandro Petralanda.
Elogios à atuação da polícia
O presidente do Sindicarga, Silvio Carvalho, elogiou o trabalho das polícias Rodoviária, Civil e Militar no combate ao roubo de cargas. Carvalho chamou a atenção para a necessidade de identificar e destruir os centros de distribuição do crime, que contam com uma estrutura organizada. "Não se rouba carga sem ser uma quadrilha", destacou o presidente.
Ao final, Carvalho entregou alguns ofícios ao deputado Pazuello, solicitando, entre outras coisas, ajuda para tipificar o crime de roubo de carga como organização criminosa, e o aumento do efetivo da Policia Rodoviária Federal.
Roberto Loverone afirmou que a Firjan está determinada a criar condições de trabalho para os profissionais do setor. "Hoje, no Rio de Janeiro, criou-se um paraíso fiscal de livre bandidagem", reclamou.
Alessandro Petralanda também reclamou da ADPF 635. Para o delegado, a ação dificulta a atuação das forças policiais em comunidades, que é onde as organizações que atuam no roubo de carga estão instaladas. "Para fazer uma operação nos moldes do que é proposto na 635 é muita burocracia, são muitos rigores para uma simples operação", afirmou.
Ele também chamou a atenção para a pena que hoje é aplicada ao crime de receptação de cargas roubadas que, ao seu ver, é branda. "O receptador tem que ser visto como parte da organização criminosa e, como tal, deve ter o mesmo tratamento do traficante", finalizou o delegado.
Pazuello elogiou a reunião. "Numa cidade como o Rio de Janeiro, com áreas de difícil acesso, com uma população que, às vezes é refém, as vezes é partícipe, como agir? É uma cidade diferenciada. Se não tiver conhecimento dessa estrutura toda, de verdade, a gente não vai ter nada mesmo", garantiu o general, que convidou os presentes para o seminário que está sendo organizado por ele e por Gualberto no próximo dia 22, para debater segurança pública.
O deputado também propôs a criação de uma Frente Parlamentar ampla que trabalhe no combate ao roubo de cargas no estado.
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