Criminosos usaram coquetéis molotov para incendiar veículo blindado da PMReprodução/Redes Sociais

Rio - Um veículo blindado da Polícia Militar foi incendiado por criminosos, na noite desta terça-feira (6), na comunidade do Bateau Mouche, na Praça Seca, na Zona Oeste do Rio. Os bandidos atiraram contra equipes do 18º BPM (Jacarepaguá) e utilizaram coquetéis molotov para dar início as chamas, que se espalharam pelo caveirão rapidamente. De acordo com a corporação, o ataque aconteceu em represália à morte do chefe do tráfico de drogas da região, no último domingo (4). O policiamento segue intensificado na manhã desta quarta-feira (7).
Segundo a plataforma Onde Tem Tiroteio (OTT), disparos foram ouvidos na região por volta das 22h30 e, algumas horas depois, registros do ataque passaram a circular nas redes sociais. Em uma das imagens é possível ver o momento em que um coquetel molotov atinge o veículo, dando início as chamas. Já outros vídeos mostram o blindado totalmente tomado pelo fogo e fumaça. Confira abaixo. O Corpo de Bombeiros foi acionado à 1h para a Rua Um e o incêndio controlado. Dois PMs foram atendidos e liberados no local.
De acordo com a PM, a base avançada do batalhão que fica na comunidade foi alvo de tiros e objetos arremessados. Equipes foram acionadas para prestar apoio, mas também acabaram sendo atacadas, e um veículo blindado incendiado por coquetéis molotov. Ainda segundo a corporação, os agentes precisaram de breve atendimento dos bombeiros, por conta da fumaça, e os criminosos envolvidos na ação fugiram. Na manhã de hoje, o Núcleo de Apoio às Operações Especiais (NAOE) atuam na remoção do caveirão.
Em suas redes sociais, o governador do Rio, Cláudio Castro afirmou que determinou que as tropas permaneçam na região para localizar os envolvidos. "Nossa luta contra o crime é diária. Não vamos permitir que a bandidagem se crie aqui. Nada vai impedir o trabalho das polícias. Esse ataque de hoje a um blindado que estava numa base do Batalhão de Jacarepaguá é inadmissível (...) Já determinei ao comandante da PM que as tropas especiais permaneçam no terreno para localizar os responsáveis. É um ataque não só contra a polícia, mas contra toda a sociedade", escreveu. 
Equipes realizam ocupação na comunidade desde a madrugada, atuando em especial na área de mata, para onde os envolvidos no crime fugiram. Com apoio de unidades do 2º Comando de Policiamento de Área (2CPA) e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), o 18º BPM atua também nas comunidades da Barão, Covanca, Pendura-Saia e Caixa D'água. Não há registro de prisões ou apreensões. 
Na comunidade da Barão, houve confronto, depois que criminosos que estavam escondidos em uma área de mata atacaram policiais militares. Durante a troca de tiros, um PM ficou ferido por estilhaços e precisou ser socorrido para o Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes. Segundo a corporação, o agente está lúcido e passa bem. 
Por conta da ação, o Centro Municipal de Saúde Jorge Saldanha Bandeira de Mello mantém o atendimento à população, mas suspendeu as visitas domiciliares. Já as escolas municipais da região não tiveram o funcionamento interrompido e oferecem aulas presenciais.
Chefe do tráfico morre em confronto
O chefe do tráfico de drogas do Bateau Mouche, conhecido como DVD, foi morto na noite de domingo, durante um confronto com PMs, na entrada da comunidade. De acordo com a corporação, agentes do 18° BPM foram atacados por um grupo de homens armados, quando faziam um patrulhamento na Rua Cândido Benício, na Praça Seca.
Na ocasião, as equipes notaram dois veículos trafegando na contramão da pista do BRT que, ao avistarem a viatura, entraram na comunidade e atiraram contra os policiais. Houve confronto e perseguição e, após os disparos, os militares encontraram DVD ferido. Ele chegou a ser socorrido para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, mas não resistiu.
Guerra de facções

Desde o ano passado, comunidades das zonas Oeste e Norte estão vivendo cenários de guerra por conta da disputa entre criminosos rivais. Sob forte influência de milicianos, as favelas têm sido palco de invasões do Comando Vermelho, que pretende expandir pontos de venda de drogas pelo Rio. Recentemente, integrantes do Terceiro Comando Puro (TCP) se juntaram com os paramilitares para expulsar bandidos da outra facção, que conseguiram invadir partes desses locais.

Além da Praça Seca, o Comando Vermelho está disputando o controle dos Morros do Fubá e do Campinho, na Zona Norte, e Muzema, Rio das Pedras, Complexo da Covanca, além da Gardênia Azul e a Cidade de Deus, na Zona Oeste. Nessas favelas, moradores têm sofrido com constantes confrontos entre os grupos rivais e operações policiais.