Max Ângelo dos Santos e Viviane Maria Souza, agredidos em São Conrado, saindo da 15° DP, na Gávea, com sues advogados Joab Gama e Priscisny Souza. Nesta Quarta-Feira (07/06).Cléber Mendes/Agência O Dia

Rio - Os entregadores Max Angelo dos Santos e Viviane Maria de Souza foram à 15ª DP (Gávea) nesta quarta-feira (7) cobrar agilidade no andamento das investigações. Ambos foram atacados pela ex-jogadora de vôlei Sandra Mathias Correia de Sá, de 53 anos, no dia 9 de abril, em São Conrado, na Zona Sul do Rio.
As investigações seguem em sigilo e os advogados das vítimas entraram com uma petição para ter acesso integral aos documentos. De acordo com a defesa, o prazo para o caso ser encaminhado à Justiça está demorando mais que o esperado. Para Joab Gama, que defende Max, a demora se dá devido à repercussão do caso, mesmo com o processo em andamento. Eles pretendem retornar na próxima semana à delegacia para buscar desdobramentos.
Max Ângelo dos Santos e Viviane Maria Souza junto com os advogados vão a delegacia cobrar informações sobre a investigação  - Cleber Mendes/O Dia
Max Ângelo dos Santos e Viviane Maria Souza junto com os advogados vão a delegacia cobrar informações sobre a investigação Cleber Mendes/O Dia


"Viemos conversar com o responsável pelas investigações, não diretamente com a delegada. O processo não está parado, está em análise de uma documentação nova que foi juntada, ainda não podemos falar sobre o conteúdo dessa documentação. A delegada achou por bem transformar a investigação em sigilosa, ainda não sabemos o motivo, então agora é só aguardar a análise desta nova documentação para que seja relatada e enviada à justiça o quanto antes", explica Joab Gama.

Max diz que é impossível esquecer tudo o que aconteceu, mas que continua trabalhando todos os dias de cabeça erguida e, segundo ele, ainda recebe mensagens de apoio e carinho das pessoas. "Minha vida está andando, graças a Deus. Agora é esperar os desdobramentos e a gente obter a justiça necessária para um assunto que é tão sério e tão complexo", afirma.
"O fato é que a defesa da Viviane arrolou uma testemunha ocular que ainda não foi ouvida e é de suma importância para a investigação do caso e também foi questionado o porquê a oitiva da testemunha ainda não ocorreu, também foi surpresa para nós toda a investigação correr em sigilo, estrito às partes envolvidas", ressalta a advogada de Viviane, Prisciany Souza.

Viviane relatou sobre a vida pós-agressão e prisão - contra ela havia um mandado de prisão que estava em aberto por tráfico de drogas, expedido pela Justiça de São Paulo, em 2016.
"Esses dois meses têm sido um aprendizado e um sofrimento para mim, só eu e Deus e eu sabemos o que acontece por trás daqueles muros lá. Mas dou graças a Deus por ter saído. Faço parte da sociedade como todos, tenho direito de levantar a cabeça, lutar e batalhar. Quero reconstruir a minha vida, é isso o que eu quero, pagar o que eu devo para justiça e ver justiça também com essa senhora e pelo que ela fez com a gente para que ela não faça com o próximo. Depois de tudo o que aconteceu, só quero que minha vida volte ao normal e bola para frente", disse Viviane.

O caso

O crime aconteceu no domingo de páscoa, no dia 9 de abril, depois que Sandra teria se revoltado com a presença de entregadores sentados na porta de uma loja, na Estrada da Gávea, próximo ao número 847, em São Conrado.

De acordo com os entregadores, a mulher passeava com o cachorro e, ao se deparar com o grupo, cuspiu no chão e seguiu andando com o animal. Ao voltar, Viviane questionou o motivo da raiva da ex-atleta de vôlei, que se alterou e passou a ofender e agredir os entregadores.

Max Ângelo dos Santos, uma das vítimas, foi chamado de marginal e preto. Sandra também o agrediu com socos e com a guia de uma coleira de cachorro.

De acordo com a 15ª DP (Gávea), que responde pelo caso, os envolvidos prestaram depoimento e a investigação segue em andamento. Entre eles, a própria autora das agressões, Sandra Mathias. Indiciada por lesão corporal e injúria simples, ela foi uma das últimas pessoas a prestar depoimento no dia 17 de abril, seis dias após ter sido intimada. No momento, a ausência foi justificada com a apresentação de atestado.